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quinta-feira, 25 de julho de 2024

Mulheres casadas são maioria entre brasileiros que recebem o green card nos EUA

Levantamento da AG Immigration também mostra que 1,2% dos brasileiros recebem a residência permanente em razão de pedidos de refúgio e asilo

São Paulo, 3 de março de 2022. Mulher, casada e com idade entre 25 e 44 anos. Esse é o perfil do imigrante brasileiro que consegue entrar de maneira legal nos Estados Unidos e se tornar um residente permanente do país. Os dados são do Departamento de Segurança Interna americano, levantados pelo escritório de advocacia AG Immigration.

Realizado com base nos números oficiais do governo americano referentes à concessão de green cards a cidadãos do Brasil no ano fiscal de 2019 – último dado disponível –, o levantamento mostra que mais da metade (58,1%) daqueles que receberam a residência permanente eram mulheres, enquanto 41,9% eram homens. Ao todo, foram concedidos 19.825 green cards para brasileiros no período, sendo apenas 19,1% para indivíduos que haviam chegado ao país naquele ano. A grande maioria (80,9%) foi emitida para quem já se localizava nos Estados Unidos sob algum tipo de visto temporário, mas que requereu um ajuste de status.

“O green card concede ao seu portador o direito permanente de morar, estudar e trabalhar nos EUA, tendo praticamente os mesmos direitos e deveres de um cidadão americano, exceto pelo direito ao voto. O documento pode ser concedido para cônjuges ou parentes diretos de cidadãos americanos ou através da qualificação profissional, emprego ou investimento feito por estrangeiros que desejam trabalhar ou empreender nos Estados Unidos”, explica o advogado especializado em direito imigratório e sócio-fundador da AG Immigration, Felipe Alexandre.

No caso dos brasileiros, quase dois terços (64,2%) foram admitidos como residentes permanentes em razão do parentesco com um cidadão americano – seja por meio de casamento ou, como também é comum, porque um familiar conseguiu a cidadania dos EUA após morar um tempo determinado no país. Uma parcela significativa (29,6%) também recebeu o green card por meio dos vistos EB, destinados a trabalhadores estrangeiros, profissionais com habilidades extraordinárias ou investidores.

Curiosamente, 1,2% das autorizações de entrada permanente foi dado em razão de pedidos de asilo e refúgio. “Em geral, não é fácil ganhar um caso de asilo ou refúgio para brasileiros, porque o Brasil não é um país que normalmente tem muitos fatores para alegar perseguição. Em geral, alega-se alguns tipos de perseguição política, ameaça de mortes, violência do crime organizado ou homofobia”, comenta o advogado da AG Immigration.

Idade e estado civil

O levantamento da AG Immigration também mostrou que 30,2% dos beneficiários de green card em 2019 tinham idade entre 25 e 34 anos, enquanto 25,5% estavam na faixa etária dos 35 a 44. Crianças e jovens menores de 18 anos respondiam por 12,9%.

Já em relação ao estado civil, 74,7% eram casados e 20,3%, solteiros.

Quando analisadas as ocupações dos brasileiros, a informação foi desconhecida para 39,9% dos casos. Porém, 25,2% declararam que não estarem empregados no momento da solicitação do documento (donos de casa, estudantes ou aposentados, por exemplo) e 17,8% afirmara ter ocupação de gerência em escritórios e outros ambientes profissionais.

Outro dado importante revelado pela pesquisa foi de que 28,3% dos beneficiários de green card residiam na Flórida, reforçando a imagem do estado como um dos que mais concentram brasileiros que imigram para a América. Em seguida, aparecem Massachusetts (11,2%) e Califórnia (9,4%).

Fuga de brasileiros para os EUA

A quantidade de brasileiros que obtiveram o status de residentes permanentes legais nos Estados Unidos, o famoso green card, vem crescendo ano a ano. Em 2019, as 19.825 emissões do documento atingiram o recorde da série histórica – 28,7% acima dos números de 2018 (15.394) e 10,7% maior do que a máxima anterior, registrada em 2006 (17.903). De 2015 a 2019, foram cinco altas seguidas na expedição de green cards a brasileiros, indicando uma fuga de talentos nacionais para a América.

Autor:

Renato Santana

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