Como se Formaram as Primeiras Feiras? Qual é o Perfil do Feirante? Como Concorrer Com os Supermercados? Existem Vantagens em Comprar Nas Feiras-Livres?
Ainda é meio nebulosa a origem das feiras-livres nas grandes cidades, pois alguns especialistas afirmam que em 500 a.C. já se realizava essa atividade no Oriente Médio e, outros não menos estudiosos, dizem que essas atividades surgiram na Idade Média relacionadas às festividades religiosas.
É certo que, durante séculos, a religião andou de braços dados com o comércio, uma vez que a palavra “feria” (latim) significa “dia santo” ou “feriado”.
As pessoas se reuniam em lugares públicos a fim de venderem seus produtos artesanais e, a partir desse incremento, o poder público interveio a fim de disciplinar, fiscalizar e – claro – cobrar impostos.
O perfil do feirante no RJ é constituído pela maioria de origem portuguesa – com grau de instrução relativamente baixo – e trabalhadores braçais que imigraram do Nordeste.
Porém, em municípios da região serrana (como Nova Friburgo e Teresópolis) recentemente surgiu um novo tipo de agricultor – muitos com formação universitária – provenientes de famílias de posse, os quais foram apelidados de “os novos rurais”.
Nessas regiões eles acabaram difundindo um novo modelo de pensamento rural, o qual era preocupado com o consumidor em termos de qualidade sanitária e biológica dos alimentos por eles produzidos.
Dessa forma, muitos deles – com noções de Marketing e Administração – desenvolveram novos produtos para segmentos especializados e, em função disso, nasceu a Agricultura Orgânica.
Esse grupo de jovens ruralistas enxergou no canal de distribuição feira-livre o 1° passo para tornar seus produtos e suas ideias conhecidos para os consumidores de alimentos sem agrotóxicos.
Muitos se instalaram nas feiras livres da Zona Sul a fim de conquistar seu público-alvo e, hoje em dia, eles são responsáveis pela comercialização de 400 t de alimentos orgânicos in natura por ano na cidade do Rio de Janeiro.
No setor econômico podemos dizer que as feiras-livres são representativas, pois atualmente existem cerca de 200 feiras na cidade do RJ, empregando aproximadamente 6 mil feirantes, movimentando quase 13 mil toneladas de produtos / mês e um faturamento médio mensal de R$ 16 milhões.
As feiras-livres se tornaram um importante canal de distribuição de hortifrutigranjeiros para os consumidores cariocas e, em função disso, pode-se afirmar que se trata de uma atividade economicamente relevante para a cidade e para milhares de cidadãos.
Nestes locais a palavra ainda vale mais do que o código de barras, pois no grito do feirante ou na pechincha dos consumidores as feiras-livres vão sobrevivendo ao avanço dos supermercados.
Conforme relatos de alguns feirantes metade dos consumidores de uma feira-livre vêm atrás de preço e a outra metade vem à feira porque gosta de conversar. Talvez essa seja uma boa vantagem competitiva das feiras-livres em relação aos supermercados, uma vez que é impensável um funcionário de supermercado abordar e vender frutas e legumes aos gritos.
Diante disso, observa-se a oportunidade dos feirantes aumentarem suas vendas na medida em que pratiquem o método de vendas proposto por Kotler (AIDA). Ou seja, precisam chamar a “ATENÇÃO” dos consumidores através do seu próprio grito, das mercadorias bem expostas, limpas e com aspecto atraente.
Precisam também despertar o “INTERESSE” sobre a qualidade dos seus produtos, enfatizando os benefícios que proporcionarão porque as pessoas compram benefícios e valores.
Os consumidores precisam “DESEJAR” os produtos, sentirem-se “donos” deles e, para isso, é necessário que os feirantes ofereçam provas, fazendo-os pegar, sentir, cheirar e apalpar os produtos.
Finalmente a “AÇÃO” de vendas – coisa impossível de ocorrer num supermercado. Eis aí a principal vantagem de uma feira-livre em relação aos supermercados, pois os feirantes podem estreitar cada vez mais seu relacionamento com a clientela a fim de tentar torná-la fiel.
https://www.instagram.com/profigestao/
https://www.facebook.com/profigestao