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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Ventos solares destroem 40 satélites

No início de fevereiro foram lançados 49 satélites que deveriam fazer parte da constelação Starlink, destinada a fornecer acesso à internet a partir de praticamente qualquer ponto do planeta. A Starlink é mantida pela SpaceX, empresa controlada por Elon Musk.

No entanto, uma tempestade geomagnética que ocorreu um dia após o lançamento teve um impacto severo sobre os satélites, e cerca de 40 deles voltarão ou já voltaram à atmosfera da Terra, sendo destruídos na queda. O United States Geological Survey descreve as tempestades geomagnéticas como períodos de “rápida variação do campo magnético”, tipicamente causadas por uma forte onda de ventos solares.

Essas tempestades podem ser prejudiciais para satélites em órbita; nesse caso, aumentou o arrasto e consequentemente a temperatura dos mesmos, o que danificou seus componente eletrônicos e os fez sair do controle, apesar das tentativas feitas pelos técnicos da SpaceX.

Segundo a empresa, os satélites perdidos queimam completamente ao reentrarem na atmosfera, não havendo queda de partes sobre a Terra ou permanência de detritos em órbita.

Até janeiro, a SpaceX havia lançado mais de 2.000 satélites para compor sua constelação. Satélites de terceiros também foram colocados em órbita, inclusive um brasileiro desenvolvido pela startup Pion Labs. Agora, a empresa espera   aprovação para formar uma segunda constelação com até 30 mil satélites, destinados prioritariamente a fornecer cobertura global de internet.

No entanto, astrônomos dizem que essas constelações atrapalham a exploração visual do espaço ao refletirem a luz do sol, interferindo nela de forma mais intensa do que a   poluição luminosa urbana. A situação chegou a tal ponto que a International Astronomical Union criou o Center for the Protection of the Dark and Quiet Sky from Satellite Constellation Interference buscando criar software e outras soluções para mitigar o problema. A SpaceX também tem buscado soluções para o problema, mas que segue existindo.

Os serviços de acesso à internet via Starlink estão começando a ser vendidos no Brasil, a preços extremamente altos, ao menos para as pessoas comuns.

Autor:

Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é consultor, professor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT.

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