Desde 2012, o Twitter publica semestralmente dados acerca do número de pedidos de remoção de conteúdo que recebe por via judicial.
No primeiro semestre de 2021, houve um recorde de pedidos: foram 43.387, envolvendo 196.878 contas. Cinco países foram responsáveis por 95% dos pedidos, sendo o Japão, com 43%, o principal solicitante, em razão de postagens relacionadas a drogas, pornografia e crimes financeiros. Os outros quatro foram Rússia, Turquia, Índia e Coreia do Sul, nessa ordem.
No ano passado, a agência de notícias russa TASS informou que as autoridades do país ameaçaram bloquear o Twitter caso não fossem removidas postagens envolvendo incitação ao suicídio, pornografia infantil e informações sobre o uso de drogas. O governo do país também determinou a redução da velocidade de carregamento do Twitter para computadores e dispositivos móveis.
O Twitter informa haver uma tendência de crescimento no número de demandas legais que recebe, tendo registrado um grande aumento no primeiro semestre de 2020. Resta saber se esses números continuarão aumentando, pois a empresa disse estar enfrentando desafios sem precedentes à medida que governos em todo o mundo tentam cada vez mais intervir e remover conteúdo, e que isso configura ameaças à liberdade de expressão.
As alegações da empresa são verdadeiras, mas evidentemente são precisos cuidados com o que é veiculado nas redes sociais – mas talvez esses cuidados não coincidam com os interesses das empresas que mantém as redes, especialmente os de ordem econômica.
Autor:
Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é diretor do Fórum Brasileiro de IoT.