Mesmo quem não acompanha o mercado financeiro e de investimentos certamente já ouviu falar sobre o universo das criptomoedas nos últimos meses. Aliás, só quem esteve em outro planeta em 2020 e 2021 não conhece esses ativos. Eles estão presentes nas carteiras de investidores experientes e novatos, são utilizadas no varejo e surgem como a principal revolução entre os meios de pagamento. Independentemente das explicações para esse crescimento exacerbado ao longo dos últimos anos, é bom as pessoas se prepararem: esse movimento está só começando, e as criptomoedas tendem a exercer ainda mais influência em todo o mundo.
Enquanto tecnologia, as criptomoedas não são novidade: o bitcoin surgiu em 2008 com o blockchain em sua estrutura e, nos 13 anos seguintes, viu surgir uma inundação de moedas digitais e tokens em todo o mundo, cada uma delas com uma funcionalidade e/ou especificidade. A questão é que nos seus primeiros anos os criptoativos não eram bem-vistos pelos integrantes do mercado financeiro. Pelo contrário, eram associados a hackers e crimes cibernéticos com frequência. Felizmente, essa visão limitante ficou para trás e, atualmente, estão na vanguarda da revolução tecnológica na área de finanças. Mas o que mudou nessa década para melhorar a imagem dessas moedas digitais?
Dois fatores principais explicam o crescimento das criptomoedas. O primeiro deles é o fator cultural, ou melhor, uma maior compreensão das vantagens e facilidades promovidas pelo blockchain. Diversas instituições financeiras perceberam que, mais do que uma tentativa de fraudar o mercado, essa tecnologia garantia uma segurança essencial para as transações no ambiente digital. Isso leva ao segundo motivo: com a desmistificação do blockchain, as empresas e os próprios governos nacionais começaram a patrocinar e/ou desenvolver projetos próprios que envolvem os criptoativos. Soluções do tipo passaram a atrair investidores, profissionais e adeptos.
Não à toa, pesquisa realizada Hashdex com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) indica que metade dos investidores que resolveu apostar em criptoativos fez isso em 2020 ou 2021, quando o assunto já estava em evidência no sistema financeiro e com projetos consolidados – apenas 12% deles possuíam investimento na área antes de 2016. Há uma demanda crescente no mercado que as empresas ainda não estão dando conta de atender: 56% das pessoas buscam aprender sozinhas sobre como investir com as criptomoedas. Resumindo: o mercado está em expansão e vai crescer bastante até se consolidar aqui no Brasil.
Os dados apontam para o futuro que as criptomoedas guardam no Brasil. Ainda há grande espaço de atuação para elas, tanto em investimentos quanto em funções do dia a dia, como compras no varejo e pagamento de contas. Os últimos dois anos representaram o período em que o assunto ganhou notoriedade e espaço no debate público com iniciativas pioneiras na área. Foi o momento em que rompeu a fronteira, deixando de ser algo restrito aos adeptos de tecnologia para ganhar corpo em outros setores. O que se observa daqui para frente é uma segunda fase, em que mais e mais usuários irão utilizar soluções cripto em seu dia a dia. É chegada a hora da popularização.
Portanto, não se espante se observar nos próximos meses e anos uma maior profusão de iniciativas que utilizem criptomoedas. Elas serão essenciais nas carteiras de investimentos, com maior ou menor risco, terão espaço nas instituições bancárias e certamente serão utilizadas no varejo para fazer as compras do supermercado ou o cafezinho na padaria. A expectativa é que seja um hábito tão comum quanto pagar com dinheiro ou responder à pergunta “crédito ou débito” atualmente.
Autor:
Rubens Neistein, Business Manager da CoinPayments, a primeira e maior processadora de pagamentos em criptomoedas do mundo – e-mail: coinpayments@nbpress.com