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quarta-feira, 24 de julho de 2024

Aquele brilho

Após caminhar seis quilômetros em círculo feito um roedor, dei-me conta que estava no automático. Sai do estado vegetativo e avistei um brilho. Na vasta escuridão havia um foco de luz que no mínimo me impressionou. Não existia palavras ou pensamentos capazes de expressar aquilo vi. Foram, verdadeiramente, misturas de julgamentos. Naquela determinada distância era um ponto brilhante apenas. Lembrei-me de quando era adolescente. De modo instantâneo fiz um recorte e comparei minha geração com a atual – na mesma faixa etária. Parece-me que perdemos o interesse pelo desconhecido. Com medo de “cairmos no buraco” paramos de “viver no mundo da lua”. Deixamos de olhar e apreciar aquilo de mais belo que está sobre a nossa áurea. Não mais apreciamos o céu, sobretudo as estrelas. O brilho em meio a escuridão não era um corpo celeste com luz própria. Era sim, um corpo humano de posse de um aparelho celular. 

Autor:

Dione Castro
17/02/2020
Ribeirão Corrente/SP.

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