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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

“….Deixem Os Mortos Sepultarem Os Seus Mortos…”.

Jesus viu a multidão em volta dele e mandou os discípulos irem para o lado leste do lago. 19 Um mestre da Lei chegou perto dele e disse:

— Mestre, estou pronto a seguir o senhor para qualquer lugar aonde o senhor for!

20 Jesus respondeu:

— As raposas têm as suas covas, e os pássaros, os seus ninhos Mas o Filho do Homem não tem onde descansar..

21 E outro, que era seguidor de Jesus, disse:

— Senhor, primeiro deixe que eu volte e sepulte o meu pai.

22 Jesus respondeu:

— Venha comigo e deixe que os mortos sepultem os seus mortos. (Evangelho de Mateus, Capítulo 8:18-21).

Há um provérbio chinês, que diz o seguinte: “Quando terminar a partida, tanto o Rei como o Peão irão para a mesma caixinha”. Amanhã, 2 de Novembro, a palavra: “In Memoriam” se tornará fatídica para muitos, os quais, em decorrência de várias circunstâncias perderam seus ente queridos, pessoas que de maneiras diversas, cada qual, a sua própria maneira de ser e de viver deixaram suas marcas, na lembrança daqueles, com os quais viveram.

Palavras devem ser entendidas dentro de seus próprios contextos, além de que; uma palavra mal empregada poderá traduzir, não o que está incutido em seu sentido original, e isso, muitas vezes; traspassa os objetivos de seu uso, como também, de sua aplicação. Na linguagem teológica, a Hermenêutica, se incumbe de dar a palavra, a sua própria interpretação, e uma das regras, simples e básica, na interpretação dos textos bíblicos é “deixar que a Palavra fale por si mesma”. Até hoje, após 1600 anos, desde que, o texto bíblico foi formado, ainda há; seus “críticos” proponentes da “Alta Crítica”, os quais tentam dizer: “A Bíblia diz”, quando na verdade, não é ela quem o diz, mas sim; ele é quem o está dizendo. E neste contexto, muitos atribuem a este texto, algo que ele não está dizendo. “Deixem os mortos” sepultarem os seus mortos. O que Jesus estava querendo nos dizer com isto? Uma boa maneira de se compreender o que é, é assinalando primeiro, o que não é.

A) Não é uma proibição, no sentido de não poder sepultar, no caso em questão, o seu pai. V.21..

B) Não é uma desconsideração de Jesus para com a partida de alguém. V.21

C) Não é pouca importância de Jesus para com a morte, pelo contrário. V.22

” Venha Comigo e Deixem que os mortos sepultem os seus mortos” V.22

O Que Jesus Quis Dizer?

Jesus se refere à dois homens neste texto, um que o queria seguir (Mestre da Lei) v. 19 e outro, que já o seguia, o qual, desejava primeiro ir sepultar seu pai, v. 22. Jesus sabia muito bem, o sentido real de uma perda, tanto é; que dentre às três vezes nas quais é mencionado seu choro; uma delas foi no sepultamento de Lázaro, no qual; ele o ressuscita, onde Maria, o questiona em referência ao fato de ele não estar ali, quando Lázaro faleceu. O tempo de Jesus não é o nosso tempo, e nem a maneira como Jesus percebe e interpreta muitas coisas, relacionadas à vida, ás pessoas e ao próprio mundo. Isto também fica claro, neste texto e contexto.

Amanhã ou hoje, 2 de Novembro, muitas pessoas pensarão em pessoas queridas, as quais, se foram deixando um rastro de lembrança e saudades. Como diz bem o provérbio chinês: “Quando terminar a partida, tanto o Rei como o Peão irão para a mesma caixinha”. No entanto, Jesus olha muito além, de nossa capacidade de enxergar, á isto, se inclui, tanto a vida como a morte. Ou seja; quando eu, você, e todos aqueles que nós amamos forem colocados dentro dessa “caixinha”, onde estará á alma? pois, após o término da partida “debaixo do sol”, uma nova “partida” se iniciará, ou seja, na eternidade, ou estaremos para sempre com Cristo na eternidade, ou; a eternidade será separadamente de sua presença, comunhão e adoração. Há tantas coisas que nos preocupam aqui na terra, que quando se chega na “caixinha”, nenhuma delas terá valor algum. “… O que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Evangelho de Marcos, Capítulo 8,v.36. Há pessoas as quais serão lembradas pelas coisas que adquiriram, enquanto vivas: Dinheiro, Fama, Posição Social e grandes riquezas, outras; pela riqueza de uma vida rica, mas de uma riqueza incomparável, isto é; uma riqueza, riqueza! construída pelo amor, amor daquele que nos amou primeiro, isto é, Cristo.

“Venha comigo e deixem que os mortos sepultem os seus mortos”. v.2

Jesus fez uso daquilo que se chama, um “Hebraísmo” usando uma figura de linguagem, com o objetivo de mostrar uma verdade. Jesus lembra da necessidade de que, os que estão vivos, porém; “mortos” em delitos e pecados, como apresenta o apóstolo Paulo, no segundo capítulo da Carta aos Efésios, olhem para a necessidade de receberem vida, não no seu sentido natural, mas; na vida eterna, aquela vida que te tira da “caixinha” e faz, com que você esteja eternamente na presença de Deus. Pois, …Aquele que crê em mim tem a vida eterna”. Você tem apenas a vida que acaba, física, que termina de uma maneira bem factual, como dizia o profeta Isaías: “seca-se a erva e cai a sua flor, mas a Palavra de Deus permanece para sempre” Livro do Profeta Isaías, Capítulo 40. v.7. Ou como bem disse Tiago: “… A vida é como uma fumaça que logo se desvanece” Epístola de Tiago, capítulo 4:14. Todos estávamos mortos em delitos e pecados, para muitos, o verbo no passado corresponde sua realidade, para outros, o verbo no presente, representa a figura que Jesus usou: “… deixem os que estão mortos, continuam mortos, sepultarem os seus mortos, porém; os que morreram em Cristo não estão mortos, mas ressuscitarão com Cristo para a vida eterna.

Hoje, se ouvirdes a minha vós não endureçais o vosso coração. “… Crede em Deus, creia também em mim, na casa de meu Pai, há muitas moradas”. Em outras palavras, Jesus diz: Creia em mim e terei um lugar reservado para você!

Amém!

Claudinei Telles
Telles
O autor é Mestrando em Ciências Educacionais (UNIVERSIDADE LEONARDO DAVINCI - PY). Bacharel em Teologia. (Faculdade Teológica Sul americana - FTSA). Licenciado em: Filosofia, Teologia, História e Pedagogia. E especialista em: Orientação Educacional, Teologia Bíblica, Ciência da Religião e Neuropsicopedagogia. Atuou por alguns anos, no Ministério Pastoral, Ensino de Teologia e Educação secular, nos níveis Fundamental e Médio.

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