“…Há um tempo determinado para todas as coisas, tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou…” (Livro de Eclesiastes, capítulo 3:1-4)
Há quem diria: Hoje foi osso! Evidente, principalmente em um dia de finados,
No finados, ninguém chega, na compreensão meramente humana,
Mas, na lucidez da forma infinita de vivenciar a vida, há sim, quem chega!
Meu pai chegou na linha divisória que divide o limite que separam a terra e o céu,
Hoje, às 6:00 horas da manhã, ele me disse: Até logo!
Ele não me disse adeus, porque adeus é a plenitude do fim,
Até logo é uma forma de dizer, vou até ali e volto!
Como tantas vezes, nesta vida; um pai diz ao seu filho,
O pai vai ali, mas; até o final do dia eu volto!
Para onde você foi, não há fim de tarde, não há cansaço e muito menos, enfado.
Há sim, uma certeza de que, um dia; o senhor entrou pela porta (Jesus Cristo),
Uma porta que te garantirá, vida sem fim, noite sem amanhecer, e dia sem entardecer,
Porque, a luz ali vivida é maior que o sol, e a felicidade a ser encontrada e sentida, é mais
bonita, que a lua!
Aqui há início e final da linha, lá não existem linhas divisórias,
não há trincheiras que nos protejam da luta diária da vida incólume.
Mas será como vidas plantadas no solo fértil da Palavra de Deus,
Cuja leitura fazia parte de seu alimento, como água que desce na garganta,
umedece a alma, num dia encalorado e seco,
Como rios que correm e transformam a vida, nas esferas diversas, de vidas intrínsecas,
Hoje é como ontem, e o amanhã, não será como o hoje,
porque o hoje te perdeu, mas foi ganho pelo amanhã,
Amanhã, na presença do Pai, que igual ao senhor, O grande Senhor, nos disse:
Não vos deixareis órfãos, porque, eu vou; mas eu volto,
Como em muitas madrugadas, tu saías em disparada, rumo ao trabalho,
o senhor nos dizia: eu vou e a tarde eu volto! Chegava geralmente, no final da noite,
Desta vez, o senhor foi e sei que não vai voltar,
Porque, agora eu é que irei te encontrar, em um lugar que eu nunca fui,
Mas em Cristo eu lá já estou! assim, como muitos que já foram,
lá se encontram esperando rever seus queridos, sejam filhos, irmãos e irmãs,
Este é um lugar que não há cortejos e desapreços,
Mas, há um pai de braços abertos, que passou a vida toda,
olhando ás vezes, bem longe, até que um dia,
o filho voltou! Muitos que partiram, não partiram, apenas voltaram para os braços de seu
Pai!
Pai continuarei seguindo meu caminho, imerso, ás vezes, porém disperso,
mas certo, de que tive com alguém, com quem, muito aprendi,
coisas que não tinham valor monetário, porém; além; pelo contrário!
Aprendi a ver o outro, sem contudo, dele fazer pouco,
mas, a valorizá-lo, ajudá-lo e orientá-lo,
pequenas coisas outrora, muitas vezes esquecidas,
contudo, coisas estas sim, que vão muito além do “ter”,
mas, que não perpassa o “ser”, o ser de ser e de fazer, alguém feliz.
Pai, até breve! Deus não esteja contigo, mas sim, o senhor está com Ele.
Amém! e Amém! Te amamos! Te amei e continuarei, a te amar.
Com carinho, seus filhos: Glauco, Fernanda, Claudinei e Claudia (todos os dias, Telles).
Excelente texto!
Adélia Prado diria que, aquilo que a memória amou, fica eterno
Abraços
obrigado, querida1