Odor do Sereno

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Não é a toa que o orvalho
tenha o nome: Sereno.
Desliza calmo no galho
o borrifo de água pequeno.

Seu frescor de chuvisco
contradiz com o relento
o frio entoa um risco
ou precipita em alento.

Inspira como lágrima,
enigmática pela noite.
Gota a mercê do clima
livre, até o calor a açoite.

Fluído andarilho!
Com o raiar do Sol, 
evapora cristalino.
Zarpa para o limbo
deixa o odor do gesto Divino.