Desenvolvido a convite da Bel Lar Casa Contemporânea, o ambiente assinado por Patrícia Hermanny revela o poder transformador e instigante da arte e sua conexão com a arquitetura e o design. O espaço ainda é uma homenagem ao trabalho de Israel Kislansky, considerado um dos maiores escultores brasileiros em atividade.
A Bel Lar Casa Contemporânea tem escolhido um lugar, delicado e sutil, e com uma força imensurável para se comunicar com seu público: o caminho das artes. Ao embarcar nas potencialidades desse percurso a empresa tem participado ativamente de importantes eventos nacionais e também criado a sua própria expressão, em narrativas que tem atraído um público cativo e fortalecido sua imagem perante um setor exigente e comprometido com a cultura, os fazeres artesanais, a ancestralidade, a essência da arte e, claro, com as novidades tecnológicas. Essa jornada empreendida pela Bel Lar remonta a períodos longevos e trás de volta uma discussão sobre a estreita relação entre arte, arquitetura e o design. Se observarmos ao longo da história da humanidade, a arte está diretamente ligada ao aparecimento do homem, sendo considerada como um meio de expressão e também como linguagem universal, pautada sobretudo pela predominância da beleza e de um apuro estético. Foi na Grécia antiga que surgiu a definição do que conhecemos hoje como as 7 artes superiores, denominadas como as Belas Artes, que abarcam: Arquitetura, Escultura, Pintura, Música, Literatura, Dança e o Cinema. Nota-se que a Arquitetura foi denominada como sendo a primeira arte justamente por causa da exigência estética necessária para criação de um projeto harmonioso, assumindo assim um caráter funcional, mas também de valor artístico. Por conta de tudo isso, o projeto da Bel Lar para a CASACOR Minas busca trazer reflexões e provocações acerca desta conexão, sobretudo com a arte contemporânea.
Recentemente, a Bel Lar realizou o projeto Jornada da Cerâmica, que teve como protagonista Israel Kislansky. O artista é escultor e referência na produção de escultura figurativa, com domínio de especialista no processo de fundição de obras de arte em metal no Brasil. As obras do escultor são confeccionadas em cerâmica e fundição artística, utilizando um processo milenar denominado “cera perdida”, onde os metais são derretidos moldados e vazados sobre moldes refratários.
Por conta disso, ao participar da CASACOR Minas, a empresa, que vem passando por um grande processo de reposicionamento e relacionamento com o mercado e o público, optou por apresentar este trabalho na maior mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo do estado. Afinal, Kislansjy foi um dos responsáveis por fazer o resgate da técnica de fundição de metal no Brasil, que curiosamente tem em Belo Horizonte a Fundição São Vicente, considerada uma das melhores fundições nacionais, seguindo os mesmos padrões das que estão sediadas na Europa.
A arquiteta eleita para concretizar esse projeto é a renomada Patrícia Hermanny, que acumula diversas participações na mostra. Ela criou um ambiente expositivo que dialoga com a exposição do trabalho de Kislansky, apresentando a série “As Bacantes”. O espaço foi cuidadosamente escolhido e se transformou em uma espécie de caixa, que nos remete a uma galeria de arte ou até mesmo a uma caverna. O piso e e as laterais foram revestidos em porcelanato de grande formato que remete ao aço cortem e teto foi pintado com o mesmo tom.
As Bacantes, por Israel Kislansky
Na mitologia grega as Bacantes são as ninfas seguidoras do culto de Baco ou Dionísio, o Deus do vinho. Elas foram a inspiração do artista plástico Israel Kislansky, responsável pelas esculturas em bronze. O processo artístico empregado na realização dessas obras é a fundição em metal que se relaciona de modo especial com o universo da mitologia grega. Hefesto, deus e artista do metal, coxo e de aparência feia, se casa com Afrodite, a deusa da beleza e do amor. Ambas entidades dominam e se divertem com o fogo, numa perigosa união entre fundição e paixão.
As esculturas Bacantes passaram por um longo processo de criação e execução. Nascendo do barro, essas peças de argila foram moldadas, gerando cópias de cera. Pelo processo milenar de fundição por “cera perdida” foram, por fim, transformadas em metal, usinadas e patinadas. Neste vídeo é possível conhecer um pouco mais sobre o processo de produção das peças que integram esta série:
https://www.youtube.com/watch?v=qU-42CVhlwg
O ambiente Casa com Arte
A proposta de Patrícia Hermany foi de valorizar as esculturas do artista em seu máximo potencial, despertando no público uma reflexão sobre a relação da arte com a arquitetura e o design. Além das obras, o fundo desse cubo ganhou luz com fotos que mostram o artista em processo de criação. Humanizando o espaço, a arquiteta utilizou bases em tronco de madeira maciça, abrigando as obras de menor porte, fazendo com que sejam apresentadas na altura do olhar do visitante. Complementa a cena, uma mesa original assinada por Jorge Zalszupin, da coleção Branco e Preto, em jacarandá, onde ficam as peças menores. Uma escolha que relaciona sofisticação, cultura e conhecimento.
O espaço conta ainda com um pátio ao ar livre que prossegue com o mesmo piso interno e é emoldurado com visadas para a beleza da Serra do Curral. Nela, uma frondosa árvore nativa se oferece como suporte para a iluminação das esculturas que se encontram nesse espaço. Com essa ação, a Bel Lar segue com seu propósito de reforçar a importância da arte no morar, no viver, reafirmando seu papel na promoção deste conceito, além de garantir seu patamar de excelência.
Bel Lar Casa com Arte, ambiente de Patrícia Hermanny para a CASACOR Minas, destaca a importância da arte no nosso cotidiano
Quando: Até 17 de outubro de 2021
Endereço: Palácio das Mangabeiras -Praça Ephigênio de Salles, 01, Mangabeiras, Belo Horizonte – MG
Horário de funcionamento:
Terça a Sexta – 14h às 22h
Sábado – 12h às 22h
Domingo – 11h às 20h
Ingressos pelo site: https://casacormg.byinti.com/#/
Informações: https://casacor.abril.com.br/ ou www.bellar.com.br
Autor:
Fábio Gomides