15Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o descendente dela; porquanto, este te ferirá a cabeça, e tu lhe picarás o calcanhar” Gênesis Capítulo 3. (Bíblia: King James).
A palavra Síndrome se forma, a partir de “Dromos” que em Grego significa “Corrida” ( Como em “Autródomo ” ou “Pródomo” que é a parte da enfermidade que corre antes = “Pró” em Grego (de a doença se manifestar já com evidentes sintomas típicos. Assim resumindo, “Síndrome” é um conjunto de signos, sinais, sintomas que correm juntos, ou parelhos, à espera de um raciocínio clínico, que chegue a um diagnóstico o mais exato possível. Zimmermann: Etimologia de Termos Psicanalíticos, Porto Alegre, Artmed; 2012.
Não nos incorreríamos em erro, se fizéssemos um trocadilho, entre o nosso título: “A Síndrome da Serpente” com a imagem publicada por Rafa Brites: “A Síndrome da Impostora”, pois é inegável, que todo ser humano, independente de sua condição: Física, pessoal, Moral, Institucional e espiritual sofre, de alguma forma e por manifestações diversas e inversas, da “Síndrome da Serpente”.
O mais contraditório é que Esculápio, assim chamado pelos Romanos, e Asclépio, assim chamado pelos Gregos seja o deus da Medicina, na figura mitológica de uma serpente enrolada em uma haste. É interessante até onde, a imaginação humana é capaz de destituir ou ainda; descaracterizar; o sentido real e natural das coisas. Em nome da paz, se promove a guerra, assim como; em nome do “desenvolvimento”, “Progresso” e futuro, se promove à destruição. No primeiro ato da serpente impostora, na relação com o humano, ela promoveu à destruição do relacionamento, isto é; colocou uma parede de “separação”, a qual por meio do que, conhecemos posteriormente e biblicamente, como “pecado” uma “síndrome” pecaminosa, a qual; se manifesta de formas ambíguas e concomitantes, seja no homem natural, isto é; aquele que ainda não foi morto na cruz, isto é; não foi “crucificado com Cristo”, bem como, aqueles que com Cristo “foram crucificados”, mas que ainda; não “morreram de forma prática para o mundo”. Tanto a Síndrome da Impostora, como a Síndrome da Serpente, correm paralelamente e concomitantemente, na vida humana, seja nos âmbitos mais distintos de sua atuação humana. Tanto fora, como dentro da Igreja, tanto em súditos, como no clero, tanto em líderes, como em servos. “Porque, todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23) Em outras palavras, todo homem nascido de mulher foi pelo menos, uma vez; “picado pela serpente” cujo veneno de áspide, corre pela corrente sanguínea do ser humano criado a imagem e semelhança de Deus.
Como numa Síndrome, “… a parte da doença corre antes da doença se manifestar…” De acordo com aquilo que define Zimmermann (2012, p.228). Não é difícil identificar a “Síndrome da Serpente” e/ou; a “Síndrome da impostora”, nas atitudes, ações e pensamentos do ser humano.
A PARTE DA DOENÇA QUE CORRE, NO ÂMBITO POLÍTICO. Não é novidade para ninguém, que sofremos da “Síndrome da Serpente”, bem como; da “Síndrome da Impostora”, no âmbito da política, interna, mas principalmente, nas políticas internas, tendo os atores de nossa política, como meros instrumentos usados pela “serpente Impostora” com verdadeiros sinais de uma “síndrome da serpente”. Toda essa polarização política, os devaneios de um Presidente fascinado pelo poder, são sinais desta síndrome, que no viés da política, transtorna toda a organização e harmonização entre os poderes. “A Fala da serpente foi: “Foi assim que Deus disse?” e os resultados desta fala catastrófica, instrumento desta síndrome da serpente, é: ” … Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o descendente dela…” . O que é mais nefasto politicamente para um país, do que a inimizade entre os poderes? Isso gera inimizades entre os cidadãos, os quais deveriam ser pares, e independentemente de sua opinião político – partidária deveriam buscar o bem comum, e o melhor para seu país.
A PARTE DA DOENÇA QUE CORRE, NO ÂMBITO DAS IGREJAS. Eu sou do tempo, que Igreja era sinônimo de local de culto, em que; Igreja era sinônimo de Reunião de salvos, isto é; pessoas lavadas pelo sangue de Cristo, as quais; se ajuntavam com o único objetivo: ” Cultuar e Glorificar, o nome de Cristo! Não consigo entender, como “pastores” de igrejas com representação social, podem se prestar ao desserviço de se colocarem, como instrumentos de propagação e manifestação política? Não consigo digerir de forma bíblica, o chamamento de “pastores”, líderes de comunidades evangélicas, no afã de se alinharem à pessoas com faixas pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal, bem como; a destituição de Um Ministro do STF? É bíblico isto? É razoável isto? Por que, não fazem protestos nas portas das cadeias para soltarem presos políticos, bem como; pessoas que foram presas injustamente? Por que, não fazem protestos contra o custo de vida acachapante que está levando até mesmo membros de suas igrejas ao estado de miséria? Ou, por que, não fazem protestos, a favor de uma sociedade menos hostil e de um país melhor?
A igreja pode e deve ter uma opinião diante de todas as demandas da sociedade, inclusive; no âmbito político, o que ela não deveria, e nem seus líderes é transformar o espaço de culto em palanque político-partidário! É insuflar um exército de “ignorantes” políticos, a promover a desordem institucional, e mais do que isto; se esquecer, de que, a própria Bíblia, diferente daquela que muitos pregam em benefício próprio, ela nos diz: Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver um vida calma tranquila, com toda a piedade e honestidade. 1ª Epístola de Timóteo. Capítulo 2:01.
A PARTE DA DOENÇA QUE CORRE, NO ÂMBITO DAS AUTORIDADES. Uma autoridade jamais será uma autoridade pela imposição com “mão de ferro”. Uma autoridade se constitui pelo exemplo em sua postura, pública e privada. O que acontece com Bolsonaro e seus súditos, inclusive; muitos chamados de “cristãos evangélicos”, é aquilo que se chama de culto á Personalidade, muito próximo dos “Pastores de muitas Igrejas” como os “Malafaias” da vida os quais, se autodenominam: “Representantes do povo evangélico” podem até ser mesmo representantes do povo evangélico, sem serem de fato; representantes dos “salvos” em Cristo. Aliás, políticos, em sua maioria, gostam do “culto à personalidade”, não somente à personalidade, mas sobretudo, do culto ao poder. E neste caminho, muitos líderes Eclesiásticos caminham de mãos dadas!
A autoridade com discernimento Bíblico e patriótico, zela pela harmonia das Instituições, promove o bem comum, como também; se coloca como instrumento da igualdade social, buscando uma melhor qualidade de vida aos seus concidadãos. Respeitando às Leis, promovendo a paz e construindo um país para todos, sem a conformidade, de aceitação de um pais de uma minoria privilegiada. “… Que mal há em subir a conta de luz?” como disse o Ministro da Economia Paulo Guedes, pergunte a quem mora nas comunidades, que mal há, pergunte aos pequenos comerciantes, que mal há, e pergunte ao povo sofrido, que é a maior parte da população, de um país; onde a minoria, controla toda a riqueza e produção, que mal há?. Isso não é postura de uma autoridade emanada com os reclames de seu povo.
A PARTE DA DOENÇA QUE CORRE, NO SER HUMANO.
Como toda doença, a “Síndrome da Serpente” levou o ser humano à morte! Pois é claro e notória; a falência de seus “órgãos” em sentido espiritual. Porém; a doença que corre, é a falência das relações humanas, onde o encurtar das distâncias por meio da tecnologia, apresenta a Síndrome da Serpente, no distanciamento das pessoas. Todos no mesmo espaço físico, mas cada qual; em seus espaços mentais e sentimentais afetivos. A doença que corre, corre como o sangue nas artérias, cujo falta de oxigenação no sangue, pode levar o indivíduo à óbito, antes do coração parar, os estímulos da convivência humana, pautada pelo amor e a fé, naquele que tudo vê, se esvai, como resultado de uma síndrome social, causada por uma pandemia espiritual, capaz de paralisar os órgãos do entendimento mútuo, da sincronização dos afetos, na centralização da vontade divina. E pior, não a morte que separa o corpo físico da alma, mas a alma que padece em seu estado infernal sem fim.
REFERÊNCIAS
PARANAGUÁ; Glênio Fonseca. ” Cruz Credo, O Credo da Cruz” Londrina; Ide; 2002.
ZIMERMAN, David; E. “Etimologia dos Termos Psicanalíticos” Porto Alegre, Artmed; 2012.