A pandemia de COVID-19 gerou impactos sociais, econômicos e culturais no mundo todo. Mas aqui no Brasil os prejuízos foram muito maiores no aprendizado.
Segundo Cesar Guimarães, especialista em educação na área de matemática e CEO da MMP – Materiais Pedagógicos, “levar o ensino online para as crianças em séries iniciais e até para os mais avançados foi muito difícil. Por mais que os professores se dedicassem em apresentar algo legal durante as aulas, o resultado em muitos casos foi desastroso. O resultado foi a regressão da aprendizagem e as maiores diferenças na escala de proficiência verificadas em Matemática, que estima que serão necessários de 1 a 11 anos para recuperar o aprendizado perdido durante a pandemia”.
Mas, o que podemos fazer diante deste cenário e dessa dificuldade que apareceu para todo mundo? “Como pai, também passei por esse desafio com a minha filha, e o que eu falo é o mesmo que fazemos com a nossa empresa. A gente não deixa o nosso dia a dia, os nossos negócios…Temos que reagir! Buscar referências, mentores, pessoas que tiveram sucesso e se inspirar nos casos delas”, explica Cesar Guimarães.
Na área da educação, principalmente na matemática, a sua mentora é a Maria Montessori, criadora do “Método Montessori” – uma metodologia revolucionária que mudou totalmente a forma do aprendizado. Nele a criança manipula um material concreto e auto corrigível, enquanto ela brinca, ela já observa suas soluções e o próprio material já mostra se está certo o raciocínio ou não. O próprio aluno quando está manipulando, já adquire a segurança necessária para avaliar se está correto. Dessa forma ele ganha autoestima e se vê livre da validação e dependência emocional de ficar perguntando para um adulto/ professor.
O especialista conta que outra referência desse desenvolvimento é o Cingapura, um sistema de ensino muito eficiente, principalmente na área de matemática. Cesar afirma que usar essas referências é a melhor forma de recuperar esses anos perdidos no ensino da matemática. Uma das bases do Método Montessori é pedir para a criança fazer alguma coisa e se ela se sente capaz de fazer, não a ajude. Deixe que ela tente sozinha. “Muitas vezes a gente vê uma dificuldade no aluno ou em nossos filhos e logo queremos dar uma “ajudinha”, mas quando fazemos isso acabamos tirando a autonomia dela. O recomendado é evitar isso, deixar a criança conseguir fazer as atividades sozinha e oferecer ferramentas para que ela desenvolva essa autonomia”.
Autora:
Gabriela Andrade