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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Tarcísio, o candidato do centrão que sabe cegar esquemas: entre a proteção dos poderosos e a ilusão das operações contra o PCC e a Faria Lima

A entusiasmo do centrão com Tarcísio de Freitas chega a ser quase comovente – se não fosse tão previsível, dado o histórico do grupo em transformar qualquer nome viável em seu novo escudo político e garantia de sobrevivência institucional. Tarcísio, visto como o único que pode unir banqueiros da Faria Lima, aliados bolsonaristas ou condenados ou anistiados por projeto próprio, e os caciques do centrão que defendem o “equilíbrio” — ou seja, proteção mútua para continuar tocando negócios e cegando aliados das operações policiais que, uma vez ou outra, ameaçam chegar perto demais do mundo político.

Nem a aproximação das operações da PF contra o PCC e o esquema bilionário de Faria Lima tirou o sono dos líderes desse bloco, que se apressam em montar uma candidatura onde o nome de Tarcísio serve como fortaleza: quando o cerco aperta (quem nunca?), logo brotam discursos sobre anistia, moderação e projetos nacionais, todos desenhados para proteger quem realmente sustenta o sistema por dentro. Não falta entusiasmo empresarial, agronegócio sorridente, reuniões com banqueiros nem acenos públicos dos craques do centrão como Ciro Nogueira e Valdemar Costa Neto, já de olho na vice-presidência e na garantia de não serem incomodados nem por investigações, nem por escrúpulos.

No fundo, o apoio escancarado a Tarcísio é um investimento mútuo: ele protege o centrão ao manter as operações longe dos corredores do poder, enquanto o centrão o protege das turbulências de um país em que a polícia sempre “descobre” mais do que pode, mas nunca o suficiente para ameaçar quem realmente manda.

Manuel Flavio Saiol Pacheco
Manuel Flavio Saiol Pacheco
Doutorando e Sociologia e Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestre em Justiça e Segurança pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Especialista em Desenvolvimento Territorial pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).. Possui ainda especializações em Direito Tributário, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Docência Jurídica, Docência de Antropologia, Sociologia Política, Ciência Política, Teologia e Cultura e Gestão Pública e Projetos. Graduado em Direito pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Advogado, Presidente da Comissão de Segurança Pública da 14º Subseção da OAB/RJ, Servidor Público.

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