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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Duelo de Titãs: A Disputa Entre Microsoft e Google no mundo da AI!

Se você trabalha na área de marketing, provavelmente já ouviu falar do livro “As 22 Consagradas Leis do Marketing”, de Al Ries e Jack Trout. Neste livro, dois princípios são destacados como especialmente importantes na atual “Guerra das AIs”: a lei da liderança natural e a lei da criação de uma nova categoria.

A primeira lei se aplica ao primeiro lançamento de um produto inovador. Com uma comunicação adequada, esse produto pode estabelecer a liderança e se tornar sinônimo de categoria, como aconteceu com empresas como Gilette, Xerox e Coca-Cola. Já a segunda lei incentiva a criação de uma nova categoria quando não é possível estabelecer a liderança na categoria atual. É o que ocorreu com o iPhone, que não foi o primeiro smartphone a chegar ao mercado, mas criou uma nova categoria ao oferecer mais funcionalidades e uma interface mais amigável do que seus concorrentes.

Outro exemplo interessante da aplicação da segunda lei é o da Heineken. A cervejaria criou uma nova categoria de cervejas, chamada “Puro Malte”. Há 20 anos, um consumidor de cerveja convencional não se importaria se a sua cerveja era feita apenas de malte ou se tinha outros cereais. Porém, a campanha de marketing da Heineken criou uma nova percepção no consumidor de cerveja, que passou a ver o “Puro Malte” como algo valioso. Como resultado, até mesmo a maior cervejaria do mundo se adaptou a essa nova categoria, adequando seu mix de produtos.

O ChatGPT, da OpenAI, é o exemplo mais recente de sucesso na aplicação da segunda lei do Marketing. Ele criou uma nova categoria no mercado de Inteligência Artificial, ao oferecer respostas precisas e rápidas a perguntas, sem a necessidade de clicar em links ou esperar por respostas demoradas. Além disso, sua interface é altamente humanizada, o que o tornou líder em sua categoria e anunciou planos de expansão.

Por outro lado, o Google, que era o maior player no mercado de IA, anunciou a aceleração do lançamento de seu concorrente ao ChatGPT. No entanto, para superar o líder, será necessário lançar uma ferramenta ainda mais avançada. O Google sofre com o “carma” de ter superado o Bing da Microsoft, que agora é investidora do ChatGPT.

Para entender o impacto do ChatGPT no Google, basta analisar a principal fonte de receita do maior buscador da atualidade. Os “Links Patrocinados” (ou “Google Ads”) geram mais de 6 bilhões de dólares por trimestre para a empresa. Se o usuário optar pelo ChatGPT para resolver todas as suas dúvidas e direcionar suas buscas, o tráfego do Google diminui e, consequentemente, o interesse dos empresários em investir nesse canal de comunicação também cai.

A implementação do ChatGPT tem o potencial de impactar significativamente a receita do Google, já que pode resultar em uma queda no tráfego do site e, consequentemente, na diminuição do interesse dos anunciantes em investir em “Links Patrocinados”. É importante levar em consideração esses fatores ao avaliar o impacto do ChatGPT no mercado e na indústria de tecnologia.

Essa novela ganhou mais um capítulo essa semana, quando a OpenAI anunciou que criará planos pagos e acessíveis para seus clientes, oferecendo mais informações e maior customização da ferramenta. A pergunta que fica é: qual será o contra-ataque do Google, será a gratuidade ou será o lançamento de um serviço ainda mais inovador e com mais recursos?

Bem, essa é uma pergunta ainda sem resposta. Mas a certeza é uma só: no final quem ganha somos nós, os usuários. Desse confronto de titãs virão melhores serviços e menores preços, evoluindo o mercado de AI e modernizando ainda mais vários setores da sociedade.

Autor:

Hilton Vieira
hiltonvieira.medium.com
@hilvieira

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