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domingo, 1 de setembro de 2024

O crossfit da vida real chegou ao ESG

Uma pesquisa realizada pela KPMG descobriu que os CEOs corporativos dos EUA estão deixando de lado as metas e propostas ESG para preparar suas empresas para uma possível desaceleração. Quase metade dos CEOs que participaram da pesquisa

“pausaram ou reconsideraram seus planos ou iniciativas ESG nos próximos seis meses”, diz a KPMG. Pesquisas mostram que cerca de um terço deles já deu esse passo. Jane Lawrie, Diretora Global de Assuntos Corporativos,

KPMG, disse: Muitos dos executivos entrevistados na pesquisa

disseram que consideram as políticas ambientais, sociais e de governança fatores importantes para o sucesso de sua organização. Mas as empresas que enfrentam desafios econômicos estão “tentando equilibrar as preocupações ambientais de médio prazo enquanto tentam manter a estabilidade econômica”, disse Lowry.

De acordo com uma pesquisa da KMPG, 8 em cada 10 CEOs globais acreditam que haverá uma recessão nos próximos 12 meses. Nesse contexto, investir recursos em metas ESG ainda não bem definidas perdeu seu lugar na lista de prioridades. Além disso, a pesquisa mostrou sinais de ceticismo em relação à agenda ESG.

O CEO Outlook Survey da KPMG foi realizado de 12 de julho a 2

de agosto e é baseado nas respostas de 1.325 executivos de empresas de todos os setores. Todos os representantes são de empresas com receita anual de US$ 500 milhões ou mais, e um terço tem receita anual superior a US$ 10 bilhões.

Separadamente, uma pesquisa recente da Capital.com, uma empresa sediada em Londres com uma ampla base de clientes, mostrou que traders e investidores não estão priorizando o ESG. Dos mais de 1.800 traders e investidores pesquisados, 52% disseram que nunca tomaram uma decisão de compra de ações com base nos princípios ESG. Quase metade (

6%) diz que não sabe como, e 12 dizem que investir em ESG é muito caro.

Os resultados destacam algumas das fragilidades enfrentadas pela agenda ESG. Por exemplo, nos EUA, vários estados republicanos estão tentando manter o setor financeiro fora da consideração de fatores ESG para proteger setores como petróleo e armas de fogo. Ao mesmo tempo, alguns investidores ESG criticaram esse modelo de investimento como inconsistente.

Uma onda de novas regulamentações pode mudar esse cenário, tornando mais difícil para os CEOs reverter ou atrasar ações na agenda ESG. Na União Europeia, os investidores são obrigados a cumprir as regras de divulgação financeira sustentável, mas as empresas são obrigadas a pagar uma taxa de relatório de sustentabilidade.

Nos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission propôs requisitos rigorosos de divulgação climática e estabeleceu diretrizes que podem afetar empresas em todas as jurisdições.

Assim, em tempos de escassez, os atos primitivos de sobrevivência tornam-se cada vez mais eloquentes…

Autor:

Willians Fiori. Especialista em longevidade e mercados desde 2003. Professor Docente do Insper. Professor docente do Hospital Israelita Albert Einstein

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