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domingo, 1 de setembro de 2024

Dia do Escritor: Conheça autoras que mudaram de profissão para se dedicar aos livros

Disal conversa com Tatiane Biasi e Bruna Palazzo e traz dicas para quem busca seguir o mesmo caminho das escritoras

No dia 25 de julho, é comemorado o “Dia do Escritor”. Para celebrar a data, escolhida em 1960 pelo ex-ministro da Educação e Cultura, Pedro Paulo Penido, para homenagear escritores e escritoras de todo o país, a Disal, referência no mercado editorial, conversou com as jovens escritoras Tatiane Biasi e Bruna Pallazzo para conhecer suas trajetórias e trazer dicas para quem pretende atuar na área. Ambas decidiram trilhar o caminho de autores consagrados e se dedicar à literatura, após passagem por outras profissões,

Tatiane Biasi

A carioca  conta que entrou para o mundo dos livros através de Hogwarts, o mundo fictício dos bruxos mais conhecidos no mundo literário. Ainda muito nova, foi incentivada pela família e amigos a ler a série de Harry Potter e logo se apegou tanto que a história se desdobrou em sua cabeça, fazendo com que ela se dedicasse à escrita . “Comecei a ir além dos livros, encontrei algumas fanfics (narrativa ficcional escrita e divulgada por fãs) e pensei: ‘eu quero fazer isso’. Na época, eu escrevia muito e postava, mas em um momento eu parei para fazer faculdade de Publicidade e Propaganda, o tempo me consumia e  deixei de escrever”.

Além da área de comunicação, a escritora também é bacharel em direito. “Já atuei no setor da advocacia e como publicitária, tentei por muito tempo outros empregos, até fora das minhas formações,  mas nenhum deles me fazia feliz”, ressalta.

Em 2020, a escritora, que estava em tratamento para depressão, aproveitou o período de isolamento social por conta da pandemia de Covid-19, para voltar para o universo das fanfics e histórias, ganhando muitos seguidores e visualizações. “Eu vi como era acompanhada, as pessoas realmente gostavam da minha história e isso me impulsionou a escrever um livro original. Eu peguei uma das minhas fanfics, modifiquei ela inteira  e adaptei para um original. Foi um sucesso, eu não acreditei, mas foi incrível. Foi por causa disso que eu pude sair dos meus outros trabalhos e viver só da minha escrita”, conclui.

Bruna Pallazzo

A goiana também deixou de atuar na área de sua formação, Psicologia, para  aperfeiçoar e se dedicar ainda mais ao seu lado como autora .  “Sou formada e faço terapia há 14 anos, ou seja, essa é uma profissão que faz parte de mim e da minha vivência. Mas, em fevereiro de 2022, parei de atender porque me entendi como autora e  não conseguia conciliar o consultório com os vários personagens que queria escrever. Mesmo sendo difícil abrir mão de um dos meus trabalhos, eu fiz a minha escolha”, explica.

Bruna sempre esteve em meio aos livros. Logo que entrou na faculdade, a psicóloga deu uma pausa nas leituras por conta da rotina dos estudos. Em 2020, no último semestre do curso e primeiro ano da pandemia de covid 19, ela voltou a ter contato com as obras e dedicou seu tempo a novas histórias, além de um trabalho como leitora para temas sensíveis que poderiam gerar gatilhos em outros leitores, como depressão, ansiedade, abandono paternal, entre outros. 

Entre as obras que ela leu naquele ano, estava uma que a fez ter uma experiência diferente. “Tive contato com um livro que me fez trazer o personagem para a minha rotina, como se fosse um parente da minha família. Os livros daquela autora me fizeram pensar: ‘se eu pudesse escrever algo, eu faria assim’, ela me abriu novas oportunidades no meio e eu espero poder fazer o mesmo com meus leitores”, completa Bruna.

Inspirada e com o apoio de uma amiga, a autora  lançou o primeiro livro em 2021, no dia do seu  aniversário de 23 anos. “Eu tive um retorno que não estava esperando, muitas pessoas leram e gostaram. Claro que também recebi críticas, mas hoje tenho um público grande e fiel que espera ansioso por lançamentos”, conclui.

Dicas

Dados do Clube dos Autores divulgados em 2021, mostram que o mercado de escritores independentes cresceu durante a pandemia. A pesquisa revela um aumento de 30% no número desse tipo de produção em 2020. Durante o isolamento, foram publicadas mais de mil obras por mês, um número muito acima se comparado ao ano anterior, cuja média era de 30 livros.

Outro estudo, divulgado pelo Painel do Varejo de Livros no Brasil, aponta que, em 2021, a venda de livros cresceu 29,3% e o faturamento do setor aumentou 29,2%, comparado ao ano anterior. Mesmo que o setor tenha se mostrado aquecido, muitas pessoas ainda sentem receio em investir no mercado.

Para Tatiana Biasi, você precisa entrar de cabeça naquilo que você quer e ter coragem. “Eu sempre quis ser aquela pessoa que não tinha medo de nada, mas não sou assim.  Para quem quer entrar nesse mundo, recomendo pesquisar bastante, conversar com profissionais, escrever primeiro um conto e observar como as pessoas reagem a ele. Acreditar sempre em si porque o que mais encontramos é gente tentando nos desestimular”.

Por outro lado, Bruna Palazzo acredita que toda autora sabe o que quer, basta encontrar e ter um incentivo de pessoas próximas que as coisas irão fluir. “Não é vergonha dizer que também tem o fator financeiro, mas é importante entender que se dedicar à literatura é maior do que isso. Escrevo as histórias com um propósito. Acredito que cada um de nós tem uma voz. Uma forma única de fazer o que fazemos. As pessoas precisam de tempo para encontrar a própria voz dentro de si. Por isso sempre digo: tome seu tempo”.

Autora:

Giulia Marini

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