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terça-feira, 27 de agosto de 2024

O buscador (3)

Com as gorjetas que ganhava no meu primeiro trabalho, aos 13 anos (na época podia); festivamente todos os sábados eu passava em uma banca de jornal, comprar uma revista (Placar) e um jornal; e na bomboniere, comprar um pacote de bolachas Waffer com cobertura de chocolate. Estava feito o meu final de semana. Lendo e comendo as bolachas. Não precisava de mais nada.

Aliás, precisava apenas no domingo à tarde ouvir futebol pelo Rádio. Eu era fã do locutor Fiori Gigliotti, famoso por bordões como “Abrem-se as cortinas, começa o espetáculo” e “o tempo passa”. Frases que considero que valem também para as nossas vidas.

 E quando o XV de Piracicaba jogava, com a sobra das gorjetas eu ia ao estádio, sem precisar pedir dinheiro para o meu pai. Ainda bem, porque eu já não me sentia tão bem com isso, pois sabia que o salário dele como pedreiro não era muito, e podia fazer falta.

Para ir ao estádio, como era menor de idade, desde que eu me lembro eu contava com um PM vizinho de casa; pois era escalado para trabalhar nos jogos, e me levava para entrar. Até os 12 anos entrava de graça com ele, mas a partir dos 13 já havia cobrança de ingresso. E eu me sentia importante porque já podia pagar.

Esse primeiro trabalho foi como empacotador em um supermercado. Além de empacotar os produtos nas sacolas, eu levava os carrinhos com as compras até os carros. Daí vinham as gorjetas.

Logo depois, ao completar 14 anos consegui emprego como office boy, que eu considerava uma grande realização. Me sentia importante realizando tarefas nos bancos e no correio.

O salário que eu ganhava entregava para a minha mãe “administrar”. Era principalmente para pagar a TV em cores, parcelada não me lembro em quantas vezes, que foi a minha primeira grande aquisição; pois até então tínhamos uma velha TV em preto e branco. E para pagar a matrícula e mensalidades em uma escola técnica que comecei a frequentar.

Quando completei 18 anos, ao mesmo tempo entrei na faculdade, fiz o serviço militar, e comecei a trabalhar em uma empresa na qual construí uma boa trajetória, passando por vários setores e funções, e incrivelmente estou até hoje (rsrs). Posso dizer que quase faço parte da história da empresa.

E já se passaram 45 anos desde o meu primeiro emprego. Como dizia Fiori Gigliotti, que destaquei acima; “o tempo passa”. 

Qual a sua visão sobre isso? Alguma vez você já se questionou sobre o sentido de uma vida de trabalho? O trabalho, seja qual for, pode ser uma fonte de realização pessoal? Trabalho e espiritualidade podem caminhar harmoniosamente juntos?

A minha visão sobre essa e outras questões envolvendo a preciosidade e peculiaridade das nossas vidas, vou expondo no decorrer das minhas crônicas….

Autor:

Edivaldo Santin 

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