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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Dançar, é movimentar a alma

Lembro que no meu aniversário eu vivenciei algo que não sentia a muito tempo. Fui ao tributo do legião urbana e quem estava tocando era o cover dele (juro que era idêntico). Naquele dia, as pessoas que estavam comigo mostraram tamanha insatisfação em estar naquele lugar.

Então eu fui para perto do palco, ignorei a existência delas e deixei meu corpo se comportar de acordo com as batidas da música. Quem me olhava de longe pode até ter achado minha dança esquisita, mas fazia tempo que não me sentia tão livre. Lembro de sair tão relaxada, mas tão relaxada, que meu corpo não estava nenhum pouco cansado e ainda estava pronta para outra.

Eu amo definitivamente a música e tudo que ela causa dentro de mim. E consequentemente a dança. Estou fazendo Zouk e na penúltima aula praticamos a dança corporal, contemporânea eu acho, esqueci exatamente como o professor a definiu. Só sei que era solta, sobre largar o corpo e deixar ele fazer o que quisesse. Durante toda a história nosso corpo inerte sempre foi demonizado, imagina em movimento.  Movimentá-lo é satisfatório, talvez até me falte repertório linguístico para descrever essa sensação.

Poucas vezes na vida estive em lugares públicos que tocavam músicas que me convidavam para essa valsa corporal comigo mesma, e nas vezes que isso aconteceu, foi ao som da banda Alaíde Negão. Ela é de Manaus, e dona de um ritmo misturado com adrenalina e calmaria. Um dos melhores shows que eu já assisti mal durou duas músicas porque estava chovendo tanto que quase derruba a lona que cobria o palco. Eu pulava, dançava de olhos fechados, e sentia as gotículas de água tocando o meu rosto em câmera lenta, me levando a um estado de êxtase tão grande que sinceramente, parecia que só tinha a mim e a banda naquele espaço. Se alguém roubasse minha bolsa, eu nem iria sentir, porque o mundo que eu habitava nem era ali. Se eles não tivessem ido embora, eu iria ficar até o final, ensopada e feliz.

O que estou querendo dizer com esse bando de balela dita acima, é que quando largamos as armaduras que nos moldam com o passar dos anos, criando essa casca dura e impermeável, é libertador! Experimenta.

Autora:

Juliana Sena. Redatora Publicitária – Escritora no blog: O Mundo de Ju Wix. Gosta de escrever crônicas sobre o seu mundo: onde tudo é possível e toda dor é sublimada. Siga seu trabalho nas redes sociais através do Instagram: @primaverapoetica.

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