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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Campanha da vacina da gripe alerta para a importância da imunização contra nova cepa

População deve aproveitar para atualizar caderneta vacinal

Até março de 2022, o levantamento da Dasa apontou mais de 400 casos de coinfecção por influenza e pelo SARS-CoV2, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Com o surto das duas doenças simultaneamente, houve uma procura pelos imunizantes nos postos de saúde e na rede privada. “São vírus completamente diferentes, por isso a necessidade de garantir a imunização contra a gripe mesmo para quem já tiver tomado a dose de reforço contra a Covid-19”, explica Maria Isabel de Moraes Pinto, infectologista e consultora de vacinas da Dasa. “A gripe é uma doença séria e pode gerar complicações, evoluindo para o quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, detalha. Segundo a médica, os sintomas das síndromes respiratórias são muito parecidos e é um desafio diferenciar a infecção pelo Sincicial Respiratório (VSR) e outros agentes, como a gripe comum e o próprio coronavírus.

Para o infectologista Alberto Chebabo, gerente de relacionamento médico da Dasa, o principal motivo da alta circulação do H3N2 no fim de 2021 e início de 2022 foi a baixa adesão à vacina da gripe. Mesmo nos grupos prioritários, como idosos e crianças, a campanha não atingiu o objetivo esperado. “As vacinas são fundamentais para reduzir a disseminação de doenças infectocontagiosas. Se não houver uma cobertura vacinal acima de 95% na população, de uma forma geral, não é possível controlar a doença, o que pode contribuir para a disseminação da cepa”, explica Chebabo.

A vacina oferecida pela Dasa é a quadrivalente, que contempla em sua formulação proteínas de diferentes cepas do vírus A e B, incluindo a H1N1 (Victoria) e a nova cepa H3N2 (Darwin). “A cada ano, a tecnologia atualiza a imunização com a cepa mais circulante no ano anterior. Isso garante maior proteção à população, principalmente com a chegada do outono, quando a combinação de baixas temperaturas e umidade do ar favorecem a disseminação das síndromes gripais”, aponta Chebabo.

Vacina da gripe é para todos

A Organização Mundial da Saúde recomenda que todas as pessoas a partir dos seis meses de idade se vacinem contra a gripe, independente se há algum tipo de comorbidade ou não. A única contraindicação, além dos bebês com menos de 180 dias, é o histórico de alergia grave à vacina da gripe em anos anteriores. Logo, a vacina da gripe não é apenas para os idosos. Pessoas que tenham doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, cardiopatas e doenças pulmonares estão dentro do grupo prioritário, que precisam tomar a vacina da gripe todos os anos. Além disso, grávidas e puérperas (mulheres que passaram pelo trabalho de parto nos últimos 45 dias) também devem se vacinar contra a gripe.

O infectologista da Dasa alerta que, mesmo os que receberam a dose da vacina contra gripe no fim de 2021 ou início de 2022, devem tomar a nova vacina a partir de abril. Ele também recomenda que não haja atraso entre as vacinas, tanto contra Covid-19 quanto da gripe. “Não há necessidade de esperar 14 dias (ou menos) entre as doses das vacinas de Covid-19 e gripe. A pessoa poderá tomar no mesmo dia as doses dos dois tipos diferentes dos imunizantes”, explica Chebabo.

Maria Isabel lembra que apenas no caso das crianças de até 11 anos é necessário o intervalo de 15 dias antes e depois da vacina e Covid-19, para que seja possível descartar qualquer reação cruzada.

“Estamos falando da vacina contra a gripe e contra Covid-19, mas aproveito para fazer um apelo aos pais e até aos adultos: aproveitem para atualizar a carteirinha de vacinação. O risco com o sarampo, por exemplo, é preocupante, e a taxa de vacinados vem caindo. Não podemos nos descuidar!”, completa a médica. 

Autora:

Jaqueline Pimentel

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