A cada 20 segundos, alguém no Brasil faz 50 anos.
A cada 25 segundos, alguém completa 60.
Isso não é figura de linguagem. É estatística demográfica. E, talvez, uma das mais ignoradas da nossa história recente.
Vivemos mais. Ótimo. Mas… o que estamos fazendo com esse tempo extra?
Estamos apenas sobrevivendo mais — ou vivendo melhor, com autonomia, saúde e propósito?
No livro Diversa-IDADE: empatia que conecta gerações no trabalho e na vida, que escrevi com Tati Gracia, chamamos a revolução da longevidade de uma força silenciosa — mas avassaladora.
Ela já está transformando o consumo, o mercado de trabalho, os vínculos familiares e o papel da maturidade na sociedade.
Mas o Brasil parece não ter entendido o recado.
Ainda vemos o envelhecimento como um “problema” a ser administrado, não como uma potência a ser ativada.
Ainda tratamos quem tem 50+ como se estivesse num estágio de despedida.
Aposentadoria, silêncio, invisibilidade.
Só que os dados são claros:
Em 2050, mais de 40% da população brasileira terá 50 anos ou mais.
Ignorar essa realidade é cometer o mesmo erro de quem finge que a crise climática não existe: a mudança já está em curso — e o impacto virá, querendo ou não.
A longevidade não é só sobre viver mais.
É sobre viver melhor.
Com dignidade.
Com pertencimento.
Com redes de apoio, espaço no mercado, produtos adequados, tecnologias acessíveis e narrativas respeitosas.
Ou, como dizemos no livro:
📖 “Viver mais é um avanço; viver melhor é o verdadeiro desafio.”
A pergunta é: você — sua empresa, sua cidade, sua liderança — está preparada para isso?
Porque o futuro não é amanhã.
O futuro já passou pela nossa porta.
E muita gente ainda está fingindo que não viu.
Willians Fiori é neurocientista, psicanalista e especialista em longevidade, diversidade etária e transformação organizacional. Professor do Hospital Israelita Albert Einstein e coautor do livro Diversa-IDADE, atua na construção de estratégias para empresas e instituições que desejam se preparar para a revolução prateada e criar um futuro mais inclusivo, intergeracional e humano.
