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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Peixe em conserva quebra tabu e ganha status de superalimento

 
Especialista reforça que sardinha e atum em lata preservam nutrientes essenciais e desmistifica do risco à saúde
 

Por muito tempo, os alimentos em conserva foram cercados de desconfiança, principalmente pela crença de que perderiam nutrientes ou até fariam mal à saúde. No entanto, pesquisas e especialistas reforçam que essa percepção não se sustenta diante dos processos modernos de conservação.
 
Segundo o Ministério da Saúde, incluir peixes na alimentação regular ajuda a reduzir o risco de hipertensão e doenças cardiovasculares. Já a American Heart Association recomenda, pelo menos, duas porções semanais de peixes ricos em ômega-3 para proteger o coração.
 
Para a nutróloga Karla Confessor, a sardinha e o atum em lata mantêm praticamente os mesmos benefícios que as versões frescas.
 
“O peixe em conserva preserva proteínas de alto valor biológico, cálcio, vitamina D e, principalmente, o ômega-3, essencial para a saúde cardiovascular e o controle de inflamações. Existe um mito de que alimentos em conserva são cancerígenos, mas isso não corresponde à realidade. O enlatamento atual é seguro e segue rígidos padrões sanitários”, comenta a especialista em emagrecimento sustentável e reposição hormonal.
 
Karla também destaca que a sardinha, por ser um peixe pequeno e de ciclo de vida curto, apresenta menor risco de contaminação por metais pesados, como o mercúrio, o que também acontece com o atum utilizado pela Ramirez, que é de espécies de tamanho reduzido. Além disso, quando consumida com as espinhas, que se desagregam durante o processo de esterilização da conserva e enriquecem o pescado em lata, fornece cálcio em níveis significativos, fortalecendo ossos e dentes. Por isso, a sardinha em conserva é mais nutritiva que a sardinha fresca.
 
O interesse global confirma a relevância desse alimento. O mercado mundial de sardinhas em conserva deve atingir US$ 15,45 bilhões em 2025 e crescer até US$ 26,16 bilhões em 2034, com uma taxa anual de 6,03%, segundo estimativas de mercado.
 
Mas de onde vêm esses peixes que conquistam consumidores em diferentes países?
 
Enquanto os capturados em águas quentes, como no litoral brasileiro, tendem a ter carne mais magra e sabor suave, o Atlântico Norte, de temperaturas baixas, favorece peixes mais gordos, macios e nutritivos. Esse perfil resulta em um alimento com maior concentração de ômega-3, proteínas e minerais, além de sabor mais intenso.
 
“As sardinhas portuguesas são incomparáveis porque nascem em águas frias e cristalinas, o que lhes confere um sabor intenso e textura única. É um produto que carrega a essência do Atlântico e da nossa cultura, e que nos orgulhamos de levar até o consumidor brasileiro”, afirma Manuel Ramirez, presidente do conselho de administração e representante da quinta geração da família Ramirez. Com 172 anos de atividade ininterrupta, a Ramirez é considerada a fábrica de conservas de peixe mais antiga do mundo em funcionamento.
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, pelo menos, duas porções de peixe por semana, o que equivale a cerca de 12 kg per capita ao ano. No entanto, o Brasil ainda está abaixo desse patamar, com consumo de 9,6 kg per capita/ano. Porém, a expectativa é de crescimento nos próximos anos.

Autora:

Maria Marinho

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