Outubro é um mês marcado por diferentes campanhas de conscientização, e entre elas ganha cada vez mais visibilidade o Outubro Rosa e Azul, movimento que busca dar voz às famílias que enfrentaram a perda gestacional e neonatal. As cores simbolizam tanto os bebês que nasceram quanto aqueles que não sobreviveram, em um gesto de reconhecimento e acolhimento ao luto dos pais e familiares.
O objetivo da campanha é validar a dor da perda, promover o acolhimento e combater o tabu que ainda envolve o tema. Muitas vezes, mães, pais e famílias não encontram espaço social para expressar sua dor, o que intensifica o sofrimento emocional.
Segundo a psicóloga Natália Aguilar, especialista em psicologia perinatal e no acompanhamento do luto:
“A perda gestacional e neonatal é uma dor real, mas frequentemente silenciada. Validar esse luto é oferecer dignidade e respeito aos pais, além de abrir espaço para que possam elaborar suas emoções de forma saudável.”
Ela explica que, mesmo que o bebê tenha vivido pouco tempo ou nem chegado a nascer, ele já ocupa um lugar afetivo importante na vida da família. Quando esse vínculo é interrompido, o silêncio social pode aumentar ainda mais a dor, fazendo com que os pais se sintam isolados. Por isso, trazer o tema para o debate público é essencial para reduzir o estigma e promover apoio emocional.
“Quando falamos em acolher, não significa ter todas as respostas. Muitas vezes, um olhar sensível e a disposição de ouvir já fazem toda a diferença. Esse mês é um convite para que todos reconheçam o luto e apoiem aqueles que passam por ele”, reforça a psicóloga.
A iniciativa cresce no Brasil e em diversos países como forma de mostrar que o luto pela perda gestacional e neonatal é legítimo, merece ser respeitado e pode ser vivido de forma mais acolhida quando existe apoio social e familiar.
Autora:
Mayla Tauany
