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domingo, 24 de novembro de 2024

América do sul: Novo presidente paraguaio aposta na abertura sobre África

O Paraguai, país da América do sul, membro fundador do Mercosul, ( Mercado Aduaneiro, formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, desde 26 de Março 1991), organiza a cerimônia de posse, em Assunção, do novo presidente paraguaio, Santiago Peña, eleito pelo Partido ANR-PC, Abril de 2023, na qual tomaram parte a esta ceremonia presidencial, responsáveis polîticos, líderes de Estados e muitas outras personalidades do mundo latino-americano e Africano.

Participou-se ainda a esta cerimónia de posse, em particular o Presidente Lula da Silva do Brasil, o representado pelo governo do Marrocos e do Rei, Presidente da Câmara dos representantes, Rachid Talbi Alami.

Tal cerimônia veio na sequência de outros posses presidenciais, caso de Lula da Silva do Brasil, de Luis Lacalle Pou, Uruguai, e hoje do Paraguai , cuja presença de chefes de Estados e líderes de mais de 100 países, fazendo parte as reuniões diplomáticas bilaterais,  de três países a saber os Emirados Árabes Unidos, o Israel e Marrocos.

Este último, representando o monarco marroquino nesta cerimônia no palácio presidencial do Paraguai, tratando-se do Presidente da Câmara dos representantes do Parlamento marroquino,  Rachid Talbi Alami, líder levado a defender os interesses do Marrocos e os acordos de cooperação e parlamentares, consagrando o papel da integridade territorial, face aos oponentes da polisario.

O novo presidente paraguaio, Santiago Peña, logo no ínicio sublinhou na entrevista que o Marrocos é parceiro do Paraguai, um dos países importantes para a América do Sul, considerado como porta da entrada para África e mundo árabe.

Tais declarações foram durante a recepção do presidente do Paraguai, Rachid Talbi Alami, presidente da Câmara dos Representantes, representando o rei Mohammed VI nesta cerimônia de posse, realizada na capital, Assunção, com a presença de muitos líderes dos países da região e do mundo, de mais de 90 países.

Nesta ocasião, o novo presidente, Santiago Peña declarou compartilhar com os demais países da região a mesma visão de Marrocos, país, do norte da África, um dos 5 países fundadores do bloco, UMA, União magrebina, ( Marrocos, Argélia, Tunísia, Mauritânia e Líbia), 17 fevereiro 1989,  como porta aberta sobre África e mundo árabe, tornou-se uma peça estratégica, no contexto do desenvolvimento do sul, da estabilidade e segurança internacional.

A esse respeito, a mídia paraguaia “ABCI Calar” destacou que o novo governo da Ascensão manteve as primeiras reuniões no palácio presidencial, Lopez, separadamente com sr Rachid Talbi Alami, Presidente da Primeira Câmara do Parlamento marroquino, e Elie Cohen, Ministro das Relações Exteriores, Israel, bem como Thani bin Ahmed Al-Zeyoudi, Ministro de Estado de Comércio Exterior dos Emirados Árabes Unidos.

A título de pesquisador e analista de assuntos latino-americanos, a presença do Marrocos no Paraguai reveste um papel importante, diante dos quatro países fundadores do Mercosul, na qual a nova presidência Paraguai procura priorizar suas reuniões diplomáticas, no quadro de uma nova era de cooperação e de trabalho conjunto, e dos assuntos sobre o Atlântico sul e norte, bem como da política externa,  da segurança energética e alimentar, do ensino internacional, que Rabat defende em termos de cooperação com África, Europa e Oriente Médio.

Para o Reino de Marrocos, a procura de acelerar o ritmo das relações, abre-se sobre as zonas de livre comércio, de políticas e economias liberais, visando a fortalecer a sua posição e presença intenacional, atravé de novas perspectivas do intercâmbio comercial e vantagens competitivas junto aos países sul americanos e Africanos.

Assim a diplomacia marroquina consolida uma política de abertura para com os países latino-americanos, visando esclarecer a posição do Reino no cenário internacional sobre a sua questão nacional e as relações de boa vizinhança, no quadro de uma cooperação flexível do fortalecimento de laços diplomáticos, econômicos e de segurança e estabilidade socioeconômica..

Em relação a posição do Paraguai sobre a questão do Saara marroquino, a Ascensão mantém uma neutralidade positiva, apoiando o processo da ONU e da comunidade internacional.

Assim, o parlamento paraguaio expressou o seu apoio a iniciativa de autonomia para as províncias do sul, com base nas visitas dos parlamentares, durante últimos anos, onde o Parlamento Marroquino, e o Presidente do Conselho Real Consultivo para os assuntos saarianos, Rabat,  receberam parlamentares paraguaios, explicando a importância da iniciativa marroquina, apresentado a ONU, 2007, como a única abordagem, séria e credível, rumo  a uma solução definitiva do conflito regional.

Isso, segundo os parlamentares paraguaios, pode levar a uma saída do diferente artificial, no quadro da soberania e integridade territorial de Marrocos, e de acordo com os critérios e resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Apostas da América do sul

Existe uma série de indicadores positivos, oriundos da região latino-americana, expressando o desejo de abrir suas representações diplomáticas, consulados ou Câmara do Comércio no saara marroquino, a imagem do Brasil, trás da abertura da Cámara do Comercio Marrocos-Brasil, a Laayoune, com a participação de importantes delegações, lideradas pelo conselheiro pessoal do Presidente Bolsonaro, 2021, Alexandre Bolsonaro.  Tal contexto motiva outros países, caso do Paraguai a se posicionar no sentido de abrir um consulado, em favor da proposta de Marrocos, face ao diferendo regional em torno do Saara marroquino.

No contexto de conflitos e gestão de crises, a presença do Reino na cerimônia de posse do novo presidente paraguaio transmite mensagens, uma forma de opor aos oponentes da questão do saara marroquino, do papel do Rabat a nível dos círculos diplomáticos na América Latina , dos desafios que ameaçam o Paraguai, dada uma diplomacia  ativa e dinâmica, após anos  do reconhecimento dos separatistas da polisario, 1975, da república saariana fantasma, RASD, face a um pensamento extremista, ideológico dos radicais da guerra fria, e trás a uma nova visão real, base dos laços históricos e estratégicos, dos avanços de desenvolvimentos socioeconômicos, desvendando os redutos tradicionais da Polisário na América Latina, na África Oriental ou no Sul.

Tal passo da nova presidência no Paraguai constitui um passo importante da lógica dos anos de acúmulo positivo da diplomacia marroquina, dos interesses estrangeiros de acordo com a visão real e diplomática, contra uma área cinzenta das décadas de proposições separatistas que o Marrocos desmantelou, trás as teses e mentiras, desinformações, falsificações e desorientações, dada a verdadeira questão marroquina e integridade da região saariana.

Estratégia da diplomacia marroquina na América Latina

Tal estratégia da diplomacia marroquina na América Latina é construído segundo o modelo de integração, da visão real, da política externa, bem como sobre o trabalho diplomático e consular, conjugado a um papel ativo, baseado sobre os interesses estrangeiros e esforços da diplomacia paralela em seus diferentes ramificações.

Lembrando, a nova política internacional que o mundo conviveu pós-Corona 19, uma lição e compreensão da natureza dos equilíbrios internacionais, do compromisso para com o desenvolvimento sustentável e dos esforços multilaterais internacionais, únicas respostas ao renascimento e prosperidade dos povos.

Finalmente, o Paraguai sob a gestão do novo presidente, mantido com o presidente da Câmara dos Conselheiros marroquinos, terças feira da semana passada,  visando o papel ativo do Marrocos em muitos assuntos regionais e internacionais, sua atratividade econômica, sua posição geopolítica conjugada aos interesses do Paraguai, em termos de fortalecer a parceria econômica com Rabat, as experiências pioneiras em muitos domínios, a cooperação internacional rumo a uma posição explícita da questão do Saara marroquino, a exemplo de diferentes países em favor da soberania de Marrocos sobre o saara, obstáculo ao desenvolvimento e à cooperação entre os países africanos, europeus e sul americanos.

Autor:

Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador e professor universitário, Rabat, Marrocos

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