O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem constantemente criticado o Banco Central por sua não alteração na Taxa Selic, os juros básicos da economia brasileira, que está em 13,75% ao ano no Brasil.
Enquanto estava em Londres, por exemplo, Lula afirmou que o presidente do BC (Banco do Brasil), Roberto Campos Neto, não teria compromisso com o Brasil, mas sim com o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Ele tem compromisso com quem, com o Brasil? Não tem, ele tem compromisso com o outro governo que o indicou”, disse.
As manifestações do presidente não são recentes. Desde que assumiu a liderança do país, Lula tem demonstrado uma postura contrária à política do BC. Segundo o petista, a sociedade brasileira como um todo “não suporta mais a taxa de juros”. O dólar, por exemplo, abriu em leve alta nesta última segunda-feira. Às 10h20, a moeda americana subia 0,20%, cotada a R$4,9532.
A meta para o ano da inflação do BC para 2023 é de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,25%. Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial, caso a inflação continue “muito pressionada”, surgirá uma nova expectativa de mais altas nos juros do país, o que favorece o dólar ante ativos considerados de risco, como o mercado de ações e as moedas de países emergentes, caso do real brasileiro. “É importante olhar a nível macroeconômico. Um dos principais fatores para o fortalecimento da economia é a geração e conservação das empresas. As empresas precisam de crédito para manter a saúde financeira em dia ou, em negócios mais estruturados e com planejamento sólido, pode servir de combustível para a expansão das operações”, diz.
Segundo o SEBRAE, 24% dos novos negócios abertos fecham as portas antes de completarem dois anos de existência e, ao final de quatro anos, esse percentual chega a 50%. “Uma das formas de solucionar o problema do fechamento das empresas nacionais e, consequentemente, fortalecer a economia do nosso país, é solicitar crédito internacional. Em meio ao caos, uma organização fornece crédito de um fundo estrangeiro às empresas brasileiras, criando uma confiança, pois a taxa de juros alta não afetaria o investimento”, comenta o Country Manager exclusivo da Savel Capital Internacional.
Embora o índice de preços ao produtor tenha caído 2,5% em relação ao ano anterior, o ritmo mais rápido desde junho de 2020 e em comparação com uma queda de 1,4% em fevereiro, a expectativa é que o Banco Central não recue por enquanto a taxa Selic.
Autora:
Ynara Mattos