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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Fases do divórcio

O divórcio é um dos acontecimentos mais dolorosos na vida de um casal porque corresponde a uma intensa frustração das expectativas, planos e projetos que foram feitos a dois. O sentimento é de luto, pois representa a perda de um relacionamento.

Quem pede o divórcio, normalmente, passa por emoções confusas que envolvem inclusive a culpa. E quem recebe esse pedido enfrenta também um turbilhão de emoções, sendo a rejeição o sentimento mais comum. Se o casal que pensa em se divorciar respeitar todas as fases que antecedem a formalização do divórcio, as chances do relacionamento acabar amigavelmente aumentam consideravelmente.

Há 6 fases que antecedem o divórcio:

1) Fase Emocional – quando a pessoa começa a pensar em se divorciar

2) Fase Legal – procura um advogado para saber quais os seus direitos

3) Fase Econômica – começa a se preocupar com os bens e como se dará sua divisão

4) Fase Parental – começam a conversar assuntos relacionado aos filhos (com quem ficará a guarda, como será a convivência, e pensão alimentícia)

5) Fase Social – pensa nas relações construídas através do casamento, amizades e como ficará sua convivência com os parentes do seu cônjuge a partir de agora.

6) Fase Psicológica – Fase do luto em si. Nessa fase alguns passam pelo período da:

a) Negação – momento confuso que a pessoa ainda está processando essa idéia, alguns ficam na esperança de uma reconciliação, mesmo quando o divórcio já foi oficializado, muitas pessoas guardam, nessa primeira fase, a esperança na reparação do casamento.

b) Raiva ou desprezo – Algumas pessoas desenvolvem raiva ou desprezo total pelo ex, momento em que ocorrem com mais frequência o desentendimento entre o casal, especialmente se estiverem em fases diferentes.

c) Negociação, nesse momento a pessoa tenta buscar um consenso; uma nova oportunidade. É comum a mudança de comportamento na tentativa de reverter a situação de embate, no sentido de apaziguar os ânimos.

d) Depressão – é nesse momento que a pessoa constata que divórcio é uma realidade e que não há o que fazer em relação a isso. É um período de tristeza, isolamento, falta de ânimo físico e emocional.

e) Aceitação – Quando a pessoa entende que precisa recomeçar sem o cônjuge. É o primeiro impulso na busca de refazer-se psicologicamente e procurar estabelecer novo ritmo e rotina de vida.

A pessoa que está se divorciando nem sempre passará por todas essas fases e muito provavelmente estará em fase diferente da fase que o parceiro se encontra. Por isso, quando um cliente me procura para se divorciar, procuro observar em que fase do divórcio, ele/ela e seu/sua cônjuge se encontram, antes de ingressar com o procedimento extrajudicial ou judicial, porque muitas vezes, sinto que os motivos apresentados são facilmente resolvidos ou que ainda se amam muito e só não estão sabendo como lidar com determinada situação que está fazendo o casal divergir.

Por isso, o melhor para você e seu cônjuge formalizarem o divórcio, é quando os dois estiverem na fase psicológica da aceitação do divórcio, pois os dois estão maduros para lidar com todas as questões que representam esse passo.

Formalizar um acordo de divórcio, ou ingressar com uma ação de divórcio em face do outro cônjuge sem observar esses detalhes, pode trazer uma despesa e um desgaste desnecessário ao casal e à sua prole.

Afinal, não é raro encontrar pessoas separadas que voltaram a morar juntos ou que se reconciliaram durante o processo de divórcio.

Muitos casamentos, infelizmente, chegam ao fim por inabilidade dos cônjuges para o enfrentamento, de forma conjunta, dos conflitos que surgem na vida a dois.

Em alguns outros casos, como no caso de relacionamento abusivo, por exemplo, o divórcio muitas vezes acaba sendo a medida escolhida para se evitar um mal maior. Entretanto, quando existe a decisão pela separação, seja por um ou pelos dois cônjuges, o esforço deve ser no sentido de sobrepujar o sofrimento e buscar retomar a vida de forma a encontrar a felicidade separados, de modo que os filhos advindos dessa relação, não sofram o menor impacto possível dessa separação. Afinal, vocês podem não continuar sendo um casal, mas nunca deixarão de ser pais dos filhos que tiveram juntos.

Se você está pensando em se divorciar, se atente a essas fases e somente dê esse passo tão decisivo, após dialogar bastante com seu cônjuge sobre esse assunto e se encontrar na fase da aceitação do divórcio.

Maria Elisa Cotrim
Cotrim Advogadoshttps://cotrimadvogados.com.br
Maria Elisa G. Cotrim OAB/RJ 161.096 Advogada especialista em Direito de Família e Sucessões com ênfase em Divórcio Judicial e Extrajudicial; Graduada em Direito na Universidade Cândido Mendes; Pós-graduada em Direito de Família e Sucessões; Curso de Especialização em Divórcio com a advogada Brenda Viana; Curso de Especialização em Divórcio com a advogada Bárbara Paz.

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