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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

PASTORES: DEPRESSIVOS?

Flor de Melissa Atelier: Acabou o Natal? E o Espírito de Natal, vai para  onde?

POR QUE ESTÁS ASSIM TÃO ABATIDA , Ó NINHA ALMA? POR QUE, TE ANGUSTIAS DENTRO DE MIM? DEPOSITA TODA A SUA CONFIANÇA EM DEUS! POIS, AINDA O LOUVAREI PELOS SEUS LIVRAMENTOS! ELE É O MEU SALVADOR. (Salmo. 42:05). King James.

Nos meios eclesiásticos, em especial; nos contextos particulares da Igreja Evangélica, a figura do pastor é algo preponderante, pois não somente é dignamente reconhecida, como também, na grande maioria dos ambientes das Igrejas tem uma singularidade e uma admiração bastante peculiar. Neste particular, há um grande divisor de águas entre Igrejas Históricas e as Igrejas Pentecostais e Neopentecostais. Pois, os problemas de insurgência contra a autoridade pastoral, é mais comum, nas igrejas tradicionais, pois nas Igrejas Pentecostais e Neopentecostais, há um respeito à autoridade do Pastor muito maior! Abaixo de Deus, o Sumo Pastor, nas comunidades terrenas caracterizantes na vida eclesiástica, os líderes espirituais ocupam uma posição peculiar e singular, em casos extremos de alta dependência espiritual e empatia pessoais. O pastor é aquele que deve ser o primeiro a brilhar exalando por meio de suas práticas de conduta, aquilo que o Apóstolo Paulo defende como: “O bom perfume de Cristo”. A despeito das vicissitudes normais e próprias da vida eclesiástica, nem sempre tudo serão e nem é flores, pelo contrário, quem sabe o que envolve o ministério e a vida de um Pastor, tem nítida consciência, dos desafios, dramas, sofrimentos e angústias, características estas experimentadas por aqueles que servem de referência ao rebanho.

“Por que estás abatida, óh minha alma? por que, te perturbas dentro de mim? dposita toda a sua confiança em deus, pois, ainda o louvarei pelos seus livramentos. ele é o meu salvador”.

(SALMO 42:05) king JAMES.

Conquanto, a grande maioria das pessoas não saibam, o que realmente se passa na vida de um pastor, o fato é que ser pastor nos dias de hoje, tem sido uma prática de vida: pessoal, familiar e profissional muito sofrível, não somente em virtude das deficiências e agruras próprias do mundo atual, mas não apenas, batalhas travadas no âmbito espiritual, mas, sobretudo; na forma de se lidar com seu próprio “eu” suas demandas pessoais, suas necessidades psíquicas, sentimentos, angústias, sofrimentos e padecimentos da alma. Muitas vezes, por ser o líder e ser tido como “forte” ele é um dos únicos, que não poderá revelar suas mazelas existenciais.

Com isto, o pastor sofre, na medida em que se fecha dentro de si mesmo. Esse sofrimento psíquico, muitas vezes, poderá levá-lo, às mais insidiosas doenças e padecimento de alma, tipo: Ansiedade, obsessão compulsiva, entre outros, todavia; a depressão tem sido uma das grandes causas de suicídios entre pastores evangélicos.

Porém, considerando o homem, (Pastor) como um ser biopsicossocial, é possível afirmar, que até mesmo as doenças físicas podem apresentar, causas psicoemocionais e vice-versa. AMORIM-JÚNIOR, ARAÚJO, SILVA (2019). Contudo, o aparecimento de transtornos mentais, dentro das Igrejas, muitas vezes, não tem sido tratados com a devida importância, tais fatos tem possibilitado, via-de-regra, interpretações opulentas de preconceitos e dogmas religiosos. Tipo, a ideia absurda defendida por religiosos defensores da “Teologia da Prosperidade” onde doença é sinal de pecado, na vida daquele que porventura vier a tê-la. Por vezes, a tem porém; sem ter o direito de manifestá-la.

De acordo com Amorim-Júnior, Araújo, Silva (2019) a ideia de que, o pastor é um ser escolhido para cuidar das “coisas de Deus”, implica muitas vezes, subjetivamente; em esquecer-se, de que apesar disto; o sujeito por detrás da função, ainda é um ser humano, e como tal, possui necessidades: físicas, psicológicas e socioemocionais.

De acordo com pesquisa realizada, pela: “Francis. A. Schaeffer. Institute Of Church Leadership Development (2016) 80% dos pastores acreditam que o ministério pastoral tem afetado negativamente suas famílias, 70% deles afirmam não terem, um amigo próximo, e 70% dos pastores lutam contra a depressão.

“Por que estás abatida óh minha alma? por que te perturbas dentro de mim?deposita toda a sua confiança em deus, pois; ainda o louvarei, pelos seus livramentos. ele é o meu salvador”.

SALMO 42:05. Bíblia: King James

De acordo com Bressa e Mason (2003) a depressão é uma das doenças mais perturbadoras do ser humano, porque o que adoece é o comportamento da pessoa, e consequentemente, seus relacionamentos.

A depressão conforme W.H.O/ OSM (2009) é considerada, o distúrbio de maior frequência, sendo a segunda doença mais preocupante, no setor da saúde, estima-se, que entre 16 e 20% da população sofrem episódios depressivos.

Como Ocorre a Depressão?

O Psicólogo: Albert Friesen, baseado em pesquisas médicas e na Neurociência explica como ocorre a depressão no cérebro: ” A Sinapse ocorre no espaço formado entre duas células, onde elas se encontram para transmitir um estímulo recebido de uma para outra FRIESEN (2000, P. 2024-2025).

Neste espaço ocorrem pequenas reações eletroquímicas, que possibilitam justamente a passagem destes estímulos {…} as substâncias que ocasionam estas pequenas reações químicas chamadas de neurotransmissores. A falta do Neurotransmissor chamado Serotonina é constatada em pessoas extremamente depressivas e/ou; em pessoas que cometem suicídio. FRIESEN (2000, P. 2024-2025).

De acordo com Collins (2004, p. 122) a Depressão ou Melancolia como era conhecida antigamente, é reconhecida como um problema sério de saúde há mais de dois mil anos, além disso; ele declara que a depressão é como um resfriado dos transtornos mentais.

A Depressão é como um peso emocional esmagador de sentir-se sem esperança e incapaz de lidar com a vida KORNFIELD (2008, P. 93).

COMO OCORRE A DEPRESSÃO?

De acordo com Collins (2004, p.122) a Depressão emite sinais, os quais; podem ser:

Tristeza geralmente acompanhada de pessimismo e desesperança. Apatia e inércia, que tornam difícil dar o primeiro passo, e/ou tomar decisões. Fadiga geral acompanhada de perda de energia física e falta de interesse pelo trabalho, sexo, religião, além de outras atividades, baixa – autoestima acompanhada de: autocríticas e sentimentos de culpa, vergonha, inutilidade e derrota, perda de espontaneidade, insônia, dificuldade de concentração e geralmente, perda de apetite.

Como acabamos de ver, a Depressão é uma doença em pleno avanço, e a despeito daquilo que muitos envoltos por dogmas e ignorância, epistêmica e espiritual, ninguém está isento da possibilidade de acometimento. Com isto, é mais do que urgente, o aparelhamento das Igrejas, com vistas, a sua não propagação, nos meios eclesiais, e acima de tudo, é mister um cuidado com seus membros, mas de forma, muito especial, aqueles que tem a incumbência de apascentar o rebanho de Deus. Pastoreai o rebanho de Deus que está sob o vosso cuidado, não por constrangimento, mas voluntariamente, como Deus quer, nem por sórdida ganância, mas de boa vontade.

Isto só será possível com um pastor com características e ambientes, salugênicos.

REFERÊNCIAS

MIÉRES, E. Bertullini; BUHR, João; Rainer; Ministério Pastoral E Os Desafios da Depressão. Revista Teológica, Vol. 21, Nº 42, Dezembro, de 2020.

SOUZA, Fabiana do Nascimento, Et. al. Depressão e Burnout Em Pastores Revista Summae Sapientiai, nº 2, Ano 2019.

SOUZA, Raquel Guiller, MARIANO, Rubem Almeida. Os Cuidados Cristãos Com Os Depressivos Unicesumar Encontro Internacional de Produção Científica, Maringá (PR), Outubro, de 2019.

http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/6155

Claudinei Telles
Telles
O autor é Mestrando em Ciências Educacionais (UNIVERSIDADE LEONARDO DAVINCI - PY). Bacharel em Teologia. (Faculdade Teológica Sul americana - FTSA). Licenciado em: Filosofia, Teologia, História e Pedagogia. E especialista em: Orientação Educacional, Teologia Bíblica, Ciência da Religião e Neuropsicopedagogia. Atuou por alguns anos, no Ministério Pastoral, Ensino de Teologia e Educação secular, nos níveis Fundamental e Médio.

4 COMENTÁRIOS

  1. Infelizmente, nos dias de hoje, qualquer pessoa pode se dizer e se fazer de pastor, pois, é preciso maior visibilidade do pastor, não nos templos, mas no preparo daqueles que se intitulam chamados para tamanha tarefa. Obrigado por sua contribuição .

  2. Rosângela, primeiro; obrigado pelo feedback, segundo: A Igreja precisa enfrentar seus dilemas existenciais com a mesma volúpia e intensidade, como pedem contribuições. Aliás, muitos conhecem a igreja, apenas da porta para fora de seus templos, não suas entranhas existenciais.

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