Quem diria! Lula estende a mão ao presidente Donald Trump — o terror dos progressistas, o pesadelo dos globalistas, o homem que fez do boné vermelho um símbolo mais poderoso que o Che Guevara estampado em camiseta de faculdade. Pois é, a política tem essas voltas que fazem a internet entrar em combustão, especialmente quando toca nos nervos mais sensíveis da direita nacional.
Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que sempre trataram Trump como um misto de santo e salvador da pátria americana, agora vivem seu inferno astral particular. Devem estar tentando entender em que momento o “mito” americano se deixou enfeitiçar pelo “comunista” brasileiro. Só falta dizer que foi culpa do Foro de São Paulo, em parceria com George Soros e uma fábrica de mortadela.
Mas aí está o detalhe desconcertante: o que Lula faz nada mais é fazer que o que se espera de um estadista — dialogar até com quem pensa diametralmente diferente, se isso for bom para o país. A política internacional não se desenvolve em grupos de WhatsApp, e a diplomacia não se faz com meme.
Eu mesmo não sou fã de Trump — nem do seu estilo reality-show de governar, nem das teorias que fervilham ao redor dele. Mas há algo inegável: postura de chefe de Estado é compreender que, entre países, não há amizade eterna nem inimizade perpétua, apenas interesses. Talvez seja por isso que uma simples ideia de Lula e Trump apertando as mãos causa tanto pânico em quem ainda confunde ideologia com devoção religiosa.
Enquanto isso, os discípulos tropicais do trumpismo gritam em desespero, vendem seu ídolo americano “trair o movimento” ao posar cordialmente com o líder petista. É o tipo de drama que Shakespeare faria abrir uma conta no X (antigo Twitter). No fim das contas, o que temos é o resultado: o mundo gira, a diplomacia acontece — e o ciúme político, esse sim, continua sendo 100% nacional.

