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quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Conheça 4 mitos e verdades sobre a IA no trabalho

A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser apenas uma tendência e passou a ocupar papel central no ambiente corporativo. De processos de seleção à integração de novos colaboradores, incluindo avaliação de desempenho e personalização do aprendizado, a tecnologia já transforma cada etapa da jornada profissional. Com o tema ganhando destaque em eventos como o CONARH 2025, cresce também a necessidade de compreender seu impacto real, longe de alarmismos ou expectativas irreais.

De acordo com o estudo Hopes and Fears 2024, da PwC, 43% dos profissionais brasileiros acreditam que a IA aumentará sua produtividade, enquanto 30% enxergam a criação de novas oportunidades de trabalho a partir da tecnologia. O dado revela um ponto importante: a IA não está substituindo o trabalho humano, mas transformando a forma como ele acontece.

“O debate sobre IA precisa ir além do medo da substituição. As empresas devem preparar pessoas e processos para que a tecnologia se torne aliada na eficiência e no desenvolvimento de talentos, sem perder de vista o papel humano nas decisões estratégicas”, afirma o especialista em tecnologia e CEO da Impulso, people tech especializada em produtividade e reestruturação de equipes, Sylvestre Mergulhão.

Da seleção ao onboarding: novas dinâmicas da experiência do colaborador

A aplicação da IA no RH vai muito além da triagem de currículos. Cada vez mais, ela é utilizada para mapear habilidades, personalizar treinamentos, identificar gaps de performance e melhorar a experiência do colaborador desde o onboarding.

O Relatório Future of Jobs 2025 também mostra que muitas profissões e habilidades estão sendo impactadas por tecnologias como IA e automação, exigindo adaptação, upskilling e novas formas de aprendizado.  Um estudo do World Economic Forum afirma que mais de 40% das competências básicas (core skills) exigidas nos empregos serão transformadas nos próximos anos. 

Ao mesmo tempo, tecnologias de automação ajudam gestores a acompanhar indicadores de produtividade e engajamento em tempo real, tornando o acompanhamento mais próximo e preventivo. Essas inovações também impactam diretamente a forma como líderes desenvolvem e apoiam seus times.

“O onboarding é um ótimo exemplo de como a IA pode humanizar processos. Ao usar dados para entender o perfil e as necessidades de cada pessoa, as empresas conseguem oferecer uma integração mais acolhedora e personalizada, em vez de uma ação padronizada”, complementa Mergulhão.

IA e o desenvolvimento de talentos

A inteligência artificial também tem se mostrado uma aliada no desenvolvimento e retenção de talentos. Sistemas de people analytics — plataformas que utilizam dados e inteligência artificial para analisar comportamentos, desempenho e engajamento de colaboradores — ajudam a prever riscos de desligamento, sugerir planos de carreira mais assertivos e identificar potenciais líderes.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, a automação criará 170 milhões de novas funções até 2030, especialmente em áreas que combinam habilidades técnicas e emocionais. Ou seja, o futuro do trabalho não será dominado por máquinas, mas por pessoas capazes de colaborar com a tecnologia.

“Quanto mais avançada a tecnologia, mais valorizadas se tornam competências humanas como empatia, adaptabilidade e pensamento crítico. A IA não elimina a subjetividade, ela amplia o potencial de decisões mais justas e estratégicas quando usada de forma ética e transparente”, destaca o executivo.

Mitos e verdades sobre o impacto da IA no trabalho

Com a popularização da inteligência artificial nas empresas, muitos mitos ainda cercam seu papel na rotina profissional. Para Sylvestre, compreender esses equívocos é fundamental para usar a tecnologia de forma estratégica e ética.

Mito 1 — A IA vai causar desemprego em massa
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a automação pode eliminar cerca de 92 milhões de funções até 2030, mas também deve criar 170 milhões de novas oportunidades, especialmente em áreas que exigem pensamento crítico, criatividade e habilidades digitais.

“A IA não vem para substituir pessoas, e sim para potencializar suas capacidades. Ao automatizar tarefas repetitivas, ela libera tempo para que os profissionais se concentrem em atividades que geram valor real”, explica Mergulhão.

Mito 2 — A tecnologia torna o trabalho mais impessoal
Na prática, ferramentas inteligentes podem ampliar o olhar sobre competências e comportamentos, reduzindo vieses inconscientes e oferecendo feedbacks mais precisos.

“O medo da desumanização é compreensível, mas a tecnologia bem aplicada aproxima gestores e colaboradores. Com dados de desempenho e engajamento, é possível personalizar jornadas e promover um desenvolvimento mais justo e inclusivo”, afirma.

Mito 3 — Só quem trabalha com tecnologia precisa entender de IA
Embora especialistas em IA estejam entre os mais demandados atualmente, a transformação digital já impacta todas as áreas — de marketing e vendas a finanças, saúde e educação. O diferencial não é dominar códigos, mas saber usar a tecnologia para melhorar resultados e colaboração.

Mito 4 — A IA tornará as habilidades humanas obsoletas
Pelo contrário: empatia, adaptabilidade, liderança e pensamento crítico continuam sendo diferenciais competitivos.

“Quanto mais avançada a tecnologia, mais valorizado é o que é genuinamente humano. A IA amplia nossa capacidade de tomar decisões éticas e estratégicas, não o contrário”, reforça o CEO.

O futuro das relações entre pessoas e tecnologia

A consolidação da IA nas empresas marca uma nova fase do mundo corporativo: menos operacional e mais analítica, menos centrada em tarefas e mais em propósito.

Com base nos dados da PwC e nas tendências globais, a transformação não é apenas tecnológica, mas cultural, e exige líderes preparados para lidar com dados, pessoas e mudanças simultaneamente.

“A Inteligência Artificial não é uma ameaça ao trabalho humano, mas um convite à reinvenção. As organizações que entenderem como equilibrar tecnologia e sensibilidade humana estarão mais preparadas para prosperar em um mercado em constante evolução”, finaliza Sylvestre Mergulhão.

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