Muitos supostos sábios dizem que “a felicidade está no presente”. O problema é que, sendo, o homem, predominantemente linguístico, seu bem-estar só pode resultar de uma espécie de fusão entre memórias e expectativas, gerando o que se convencionou chamar de “presente”. O chamado “presente” é, portanto, “fusão” de “passado” com “futuro”. Para o homem só existe o que chamo de “tempo presente-retrospectivo-prospectivo”. O suposto “presente” é o “ponto de tangenciamento existencial”, entre “passado” e “futuro”.
O genuíno “estado búdico”, não é a negligência das memórias, isto é, das experiências vividas, nem das possibilidades, ou seja, das experiências do por vir; é uma “postura de abertura existencial”, como um rio que, mesmo tendo um nascedouro e a possibilidade de deságue em algum lugar, apenas segue seu curso na relação com o ambiente. O genuíno “estado búdico” é como a ataraxia de antigos filósofos gregos e significa “imperturbabilidade”. Convém observamos que as palavras “perturbar”, “perturbação”, vem do Latim PERTURBARE (confusão; desordem; desarranjo) de PER (completamente) mais TURBARE (agitar; confundir). “Ataraxia” e “estado búdico” não refere-se à ausência de dor, tristeza…, mas a não sucumbir a dor, à tristeza; é não se apavorar, não desesperar-se.
Acredite: há vezes em que “Buda se põe de pé e caminha…”.
Autor:
Cesar Tólmi – Dr. HC. em Psicanálise, Especialista em Psicologia Jurídica e Avaliação Psicológica, em Análise do Comportamento, em Estudo da Linguística, em Neurociência Clínica, em Perícia Criminal, em Ciências da Religião, em Gestão Estratégica de Pessoas; Graduado/ Licenciado em Filosofia; jornalista, desenhista, pintor, escultor e idealizador da Neuropsiquiatria Analítica, integrada aos campos clínico, forense, jurídico e social.
Contato com o autor: cesartolmi.contato@gmail.com