A inteligência artificial é responsável por reduzir em R$ 600 milhões as perdas do setor óptico para o mercado de produtos falsificados. Segundo dados do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), em 2019 o mercado ilegal faturou R$ 10,1 bilhões com a venda de produtos ilegais. Após o início da parceria entre a Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica) e a NoFake, que opera a plataforma de monitoramento com IA, o volume de perdas baixou para R$ 9,5 bilhões em 2022.
“As perdas são ainda maiores se pensarmos no impacto tributário e na empregabilidade do setor que é atingida pela concorrência desleal e criminosa”, afirma Ambra Nobre Sinkoc, diretora Executiva da Abióptica, que completa: “o mercado de produtos falsificados infringe os direitos dos consumidores e das marcas”.
O trabalho de inteligência artificial da NoFake consiste no monitoramento da comercialização de marcas falsas por lojas virtuais de atacado para o varejo. Após a localização da empresa suspeita de falsificação e pirataria ela é notificada extrajudicialmente para realizar o ajustamento de conduta, a partir da notificação extrajudicial. Se a empresa aceita se ajustar, o passo seguinte é ela informar quais são seus fornecedores para que a cadeia criminosa seja quebrada. No entanto, se houver recusa em ajustar sua conduta e a empresa seguir comercializando produtos piratas a NoFake e a Abióptica informam as autoridades competentes.
17 milhões protegidos. O trabalho de inteligência artificial de identificar e tirar do ar ofertas de produtos falsificados impede que consumidores sejam lesados. Em três anos a soma dos seguidores das lojas que ajustaram sua conduta com aqueles que seguiam lojas que foram tiradas do ar já chega a 17 milhões de pessoas. “Essas pessoas nem se dão conta do risco que corriam”, diz a executiva da entidade.
A Abióptica e a NoFake são parceiros desde dezembro de 2020. Mensalmente são identificadas e notificadas mais de 2 mil lojas que oferecem produtos falsificados. Em todas as verificações são usadas IA e registradas por tecnologia blockchain, que permite checar se a loja se ajustou retirando a oferta de produto falsificado do seu site.
Autor:
Fernando Antônio Rodrigues Neves
