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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

PALAVRAS MÁGICAS

O garoto escrevia

Escrevia e escrevia,

O que sabia e o que não sabia.

Escrevia, escrevia

Noite e dia, escrevia, escrevia.

Há muitos dias, escrevia, escrevia.

Não parava de escrever.

Quase não dormia.

Pensava no outro dia.

Pouco sorria,

O que escrevia pesava no seu coração.

O que escrevia o tal garoto?

Um diário, assim dizia ele.

O dia dia era passado para o papel.

Suava, tremia e escrevia.

No cair do dia, sua mãe apareceu

No portal da porta da rua, gritou ela:

_O que tanto você escreve ai?

O garoto contrariado parava de escrever.

_ Mãe, estou contando a minha vida!

_ O que tem para contar um garoto de 13 anos?

_As minhas coisas, respondia.

_O Paulo, a Sheila e o Adalberto estão lá na rua.

_ Vou chamar o Beto para te levar lá na roda deles.

_Não, mãe! Não mãe! Agora não!

_Tenho muito o que contar.

_ Sobre o que você escreve ai já faz 6 horas?

-Da festa da Mariana, da rua do Mercado.

-Quando foi a tal festa?

-No sábado, todos foram menos eu.

-O que você tem para contar se lá você não foi?

– A turma me contou e fiquei sabendo dos detalhes!

_Qual é a graça disso: de escrever algo do que não se sabe?

Mãe, no espelho quebrado tem muitas imagens e nem todas são verdadeiras!

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