Com Rasante, a cantora, compositora e atriz Thársila inicia um novo capítulo de sua carreira. No EP visual, a artista apresenta uma seleção de músicas que a levam a pairar entre o ar e a terra, entre a leveza de um voo e o peso das experiências vividas. Gravado no Estúdio MIRA, em Teresópolis, com a direção musical de Wada Soares, o projeto é ao mesmo tempo íntimo e expansivo, trazendo uma sonoridade que une a suavidade da MPB contemporânea às possibilidades do indie.
“Tanto pela minha voz doce, aguda e brilhante, quanto pelas minhas composições que falam de liberdade, natureza e voar em consonância com o cotidiano, estabeleci uma relação com pássaros”, revela Thársila ao falar do título do projeto. “Logo, o nome Rasante veio para comunicar o início de um novo momento, em que mergulho em sons mais maduros, letras mais complexas e melodias mais expressivas, na tentativa de alçar um primeiro vôo. Quero conquistar minha ‘presa’, o público”.
Protagonista da peça YARA (2021), da Cia. Theatrum Mundi, a artista foi construindo, paralelamente ao teatro, sua presença na música. Hoje, com mais de 100 mil reproduções orgânicas no SoundCloud, incluindo versões e canções autorais como “Gosto”, “O Dom” e “Sai”, venceu o Festival de Música e Ecologia de Ilha Grande com a faixa “Melhora”. Rasante, por sua vez, crava de forma definitiva a consolidação das transformações às quais se submeteu.
A jovem compositora que, em 2020, explorava amores idealizados e perspectivas mais ingênuas, agora se apresenta com maturidade, autonomia e olhar crítico sobre o mundo. “A Thársila de antes vivia questões mais adolescentes; hoje sou uma mulher com visão mais realista e repertório musical mais amplo”, conta ela.
Ao todo, são seis faixas compostas em diferentes momentos de sua vida: duas no ano de 2019, outras duas durante a pandemia de Covid-19 e duas em 2024. Entre si, estas funcionam como um registro do amadurecimento e das questões que permeavam a inquietude da artista.
Entre as novidades está “Pássaro”, que se destaca como símbolo desse processo e vem inspirada pelo conto O Pequeno Pássaro, de autor desconhecido, bem como pela própria trajetória da cantora na E.T.E. de Teatro Martins Penna. “Essa música foi simbólica e especial, tendo nascido durante a conclusão do meu curso e em meio a reflexões sobre o voo que cada pessoa precisa alçar nesta etapa”, comenta Thársila.
Perspectiva consonante pode ser observada em faixas como “Respeito”, em que entoa: “Eu não nasci pra viver / Nem nunca sei como ser / Aquilo que tu projetou pr’eu ser”. Alguns versos mais adiante, arremata: “E se um dia eu disser/ Que eu não concordo contigo? / Eu viro teu inimigo”. A produção musical, assinada pela artista, nasceu de ensaios que transformaram violões expressivos em arranjos sofisticados, enquanto o registro audiovisual, dirigido por Felipe Carvalho (Dunas Filmes), capta as faixas em formato de live session, através de gravações cruas e intimistas.
A intenção é fazer com que cada nota se apresente como um sopro de vida, ou como o recebimento de chamado em que o pássaro, finalmente, se sente pronto para voar. “Gravamos tudo em apenas um final de semana, mantendo a estética do ao vivo e a sensação de proximidade com quem ouve”, explica a artista. Entre a liberdade, o isolamento, os conflitos geracionais e as relações que se constroem na dicotomia entre o profundo e o superficial, Thársila e seu novo EP se apresentam como um espelho de sentimentos universais. A cada canção, faz-se palavra de ordem o aceite ao seu convite para voar lado a lado. Rasante está disponível em todas as plataformas de música e os vídeos no canal do YouTube da artista.
