Fico nervoso só de pensar na verdadeira paixão que vivi. Foi na época da faculdade, quando eu era apenas um jovem querendo conquistar o mundo, encantando-me com tudo à minha volta. Uma italianinha partiu meu coração em vários pedaços. Quando a conheci, eu estava namorando, mas isso não impediu que eu caísse em suas graças.
Nos aproximamos tanto que, onde estava um, o outro estava junto – grudados como siameses. Dei adeus à antiga namorada e mergulhei de cabeça na nova e verdadeira paixão. A partir daí, não tinha mais olhos para nenhuma outra mulher. Afastei-me de tudo e de todos. Larguei os amigos, nem me alimentava direito. Ela ocupava meus pensamentos dia e noite.
Quando estávamos em um lugar apropriado, entregávamo-nos à intimidade. E que intimidade! Era um ato explosivo para ambos. Não havia comparação. Sinceramente, ela não era nenhum exemplo de beleza, mas para mim era a mulher mais bela do mundo. Pode-se dizer que fiquei doente, doente de paixão. Vivia para estar com ela e, quando o tempo permitia, eu a devorava, a mastigava, a endeusava.
Essa “doença” durou dois anos. Gastei fortunas para agradá-la: os melhores motéis, os melhores restaurantes, tudo do melhor para ela. Vinha de uma família bem de vida, e eu sabia que nunca teria chance de me casar com ela. O que eu não sabia era que nem ela queria algo mais profundo. Não havia espaço para amor entre nós. Só paixão! Tudo que ela buscava era diversão, carne pela carne.
Quando descobri que ela mantinha outro relacionamento em paralelo, meu mundo desabou. Quebrei-me, caí em depressão e nunca mais fui o mesmo. Aprendi, pela dor, que paixão é uma doença. Graças a Deus, é uma doença fugaz – e só o verdadeiro amor dura e vale a pena.

