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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Especialista oferece orientações de como comunicar aos filhos sobre o câncer de mama

Priscilla Montes, educadora parental, destaca que a inclusão das crianças pode fortalecer os laços familiares

Quando uma mãe é diagnosticada com câncer de mama, surge a dúvida se deve ou não compartilhar a notícia com os filhos. É comum que a dinâmica familiar se modifique para atender às novas necessidades e prioridades do tratamento, o que pode gerar apreensão em algumas delas. A maneira como essa situação é abordada com as crianças pode influenciar não apenas na compreensão da doença por parte deles, mas também na formação do futuro da família.

Segundo Priscilla Montes, educadora parental, um dos principais aspectos a serem considerados ao escolher como abordar a questão com os filhos é a faixa etária. Cada idade possui um nível específico de compreensão e retenção de informações. “Para cada idade, a forma de comunicação varia. No entanto, o que é universal é a honestidade. Quando mentimos, ensinamos as crianças a usar a mentira como mecanismo de defesa e a não confiar no ambiente familiar. Daí a importância da sinceridade”, explicou Priscilla.

Durante a primeira infância, que abrange até os 6 anos de idade, apesar das limitações de linguagem e compreensão, a verdade deve ser transmitida, levando em consideração o nível de compreensão de cada um. “Uma criança de 6 anos tem a capacidade de entender que a mãe ou o pai está doente e que se trata de uma doença séria que pode causar limitações, mas que está sendo tratada e que a saúde vai melhorar”, enfatizou a educadora parental.

Na primeira infância, as crianças costumam ser naturalmente curiosas, pois estão em fase de desenvolvimento da compreensão do ambiente ao seu redor. Portanto, ao compartilhar informações sobre o câncer de mama com elas, é normal que surjam perguntas. Priscilla destaca a importância de responder apenas às perguntas feitas pela criança, evitando explicações excessivas ou prematuras. “É crucial responder somente ao que a criança pergunta. Às vezes, tendemos a explicar demais e podemos acabar abordando tópicos que a criança ainda não está pronta para compreender. Especialmente na primeira infância, relatamos o que está acontecendo e aguardamos as perguntas, sem prolongar demais ou ser excessivamente concisos em nossas respostas”, explicou Priscilla.

Além de comunicar aos filhos sobre a nova realidade, é essencial também reconhecer e validar os sentimentos deles durante esse processo. O apoio e acolhimento são resultados da validação das emoções e reações dos filhos. “Enfrentar essa situação juntos fortalece os laços familiares e ajuda a criança a enfrentar esse momento com mais segurança”, esclareceu a educadora parental. Manter a família atualizada sobre o progresso da doença faz parte do processo, não apenas no momento inicial do diagnóstico. A falta de conhecimento ou o não saber pode causar ainda mais angústia nas crianças.

Autora:

Bárbara Lamosa

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