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sábado, 23 de novembro de 2024

Os Calhamaços 

No canto da mesa, 

Os calhamaços amassados

Em tempos derivados e perdidos em desvarios ofegantes

Mãos trêmulas

Escrevem suadas palavras

Que escorrem pelos dedos

E defloram a verdade.

Enredos desviados em tempos vividos 

Contam histórias não vividas pelo autor

Que em desvarios se desvia de si mesmo.

Pobres mãos suadas 

Em esforço insistem 

Em contar mentiras feitas verdades de delírios.

Páginas brancas desfiadas

A contar tristes histórias 

Sem passado e sem o açoite

 Que marca o corpo e imprime a verdade negada.

O açoite tira o sangue do corpo 

Tinge as páginas e escreve o enredo

Que não se realiza. 

A verdade negada pelos dedos em riste

Traça o enredo pelas palavras 

Escritas em tremores e mãos suadas.

Suaves palavras alimentadas pela crença de se realizar,

Enredos desviados se lançam no tempo 

Sem ter o que contar.

A biografia contada de um fantasma 

Ele quer se mostrar nas páginas 

Mas se esconde nas linhas do tempo.

O fantasma se esconde na sombra 

E o tempo perpassa o enredo da biografia.

É um homem ou um fantasma? 

Que se espanta ou se esconde nos enredos? 

Autor:

Álvaro

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