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quarta-feira, 20 de novembro de 2024

 Sobre vivenciar situações de violência psicológica

Reconhecer que está sendo vítima de abuso psicológico não é uma tarefa fácil. Na maior parte das vezes, é muito doloroso, complexo, muitas vezes com sentimentos de vergonha para a pessoa, mas sobretudo, porque esse mecanismo que faz com que uma pessoa adulta, entre e permaneça em uma relação abusiva, é inconsciente. 

Um dos primeiros sinais de abuso psicológico é a alteração na dinâmica de poder no relacionamento. O agressor tentará estabelecer controle sobre a vítima, diminuindo sua autonomia e independência. Isso pode ser feito através de críticas constantes, desvalorização de suas opiniões, decisões ou conquistas, e desestímulo a qualquer tipo de atividade que não envolva o agressor. 

É fundamental estar atento a certos sinais e padrões que podem indicar a presença desse tipo de violência. E principalmente conseguir observar como você se relaciona afetivamente, justamente porque esses padrões tendem a se repetir ao longo da vida em cada nova relação, em cenários diferentes, personagens diferentes, mas preservando o mesmo enredo

Reconhecer que estamos sofrendo abuso psicológico requer sensibilidade e autoconsciência. É importante confiar na intuição, e estar disposto a confrontar a realidade da situação. Buscar apoio de amigos, familiares ou profissionais capacitados, como terapeutas, pode ser fundamental para obter uma perspectiva externa e avaliar a saúde do relacionamento.

Uma pessoa forte possui uma boa integração de sua personalidade, isto é, é capaz de lidar com os desafios da vida de forma saudável e adaptativa, com boa capacidade de enfrentar conflitos, adversidades e principalmente reconhece suas próprias motivações e padrões de comportamento. Ela não nega ou reprimi suas emoções, mas também não permite ser dominada por elas. Essa força não é fixa ou imutável, mas sim, um processo contínuo de amadurecimento e desenvolvimento pessoal.  

É sempre bom lembrar, que não somos seres maravilhosos, somos humanos, mas temos coisas boas a oferecer, e por isso, a boa relação é aquela que aciona em nós, a nossa melhor parte.

Autora:

Renata Bento – Psicanalista – Psicóloga .Membro Associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro. Membro da International Psychoanalytical Association – UK.Membro da Federación Psicoanalítica de América Latina – Fepal. Especialização em Psicologia clínica com criança PUC-RJ. Perita ad hoc do TJ/Rj – RJ. Assistente Técnica em processo judicial. Especialista em familia, adulto, adolescente. 

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