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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Jesus e seu grande coração

Na minha vida não colecionei ídolos, nunca gostei muito de endeusar pessoas, personalidades, famosos, sempre achei que cada pessoa tem sua importância, seu valor, independente de sua condição social ou status. Exemplo para mim sempre teve a ver com atitudes perante o mundo, sobre os valores humanos, a forma de tratar o outro, o tamanho do coração. Acredito que quando a gente se coloca nessa posição de fã deixamos de dar importância a nós mesmos, nos diminuímos em relação ao outro e ninguém é melhor que ninguém, todos somos seres únicos e especiais.

A palavra que melhor define é admiração, sim, tenho admiração por várias pessoas. Admirar é aprender, é buscar no outro um pedacinho de você, é querer levar para sua vida algo de bom que o outro transmite e tem. Como é bom reconhecer no outro algo bom que podemos agregar na nossa vida, fazer um verdadeiro transplante de essências. Eu, nas minhas relações sempre busquei esse aprendizado e troca.  Eu me classifico como um conjunto de detalhes de todas as pessoas que passaram pela minha vida. Sou uma colcha de fuxico, onde busquei incorporar algo que enxergava de valor e fui juntando os bons pedacinhos. Como é bom juntar retalhos que se somam e se complementam. Eu tenho também os pedacinhos descosturados, rasgados, doloridos, machucados, com cores desconectadas, não complementares, que faltam linhas para costurar, com desenhos tortos sem direção. Esses em especial eu vou tentando na medida do possível deixar apenas comigo e ir lapidando para encontrar seus caminhos de conserto ou melhorias.

Olhar para dentro de mim, me conhecer, reconhecer minhas fragilidades, meus excessos, meu lugar no mundo e quem quero ser e pertencer. Se eu fosse escolher a pessoa que mais admiro no mundo e que é o meu maior exemplo, eu escolheria Jesus. Sim, Jesus. Jesus para mim é o maior exemplo de resiliência, amor, humildade, perseverança, bondade, compaixão, humanidade e ofereceu sua vida para minha salvação. É como eu acredito.

Quem entregaria sua vida pela minha salvação? Só ele. Que lindo sentir tudo isso, que lindo tê-lo em mim todos os dias, quando acordo, quando ando na rua, quando trabalho, quando durmo, quando converso com amigos, quando olho nos olhos da minha família, nos pobres, nos vulneráveis, sim, ele está em todos esses lugares e nas pessoas. Ele é o maior exemplo da minha vida. Com ele sigo forte, às vezes frágil, com medo, sem encontrar as respostas, mas vou ao seu encontro na igreja, no meu lugar preferido, na sua casa, no santíssimo, onde ele espera todos os dias a minha visita.

Ali me entrego, coloco tudo que meu coração pulsa, as inquietações, é uma conversa muito profunda, onde a confiança é o maior pilar de sustentação. A escuta se faz presente. Ouço, silencio, choro, me emociono, sinto a sua presença e permito que Ele me conduza, me mostre meus caminhos, me guie verdadeiramente sem que haja minha interferência, o que não é tão fácil porque sou humana e erro o tempo todo, tento sem querer pedir que se cumpra as minhas vontades, no meu tempo. Mas as leis do céu são outras, as regras, a conduta, como tenho que caminhar muito ainda para me aproximar dessa tão sonhada santidade. Talvez passe a vida inteira tentando, mas o importante é que estou caminhando. E como percebo que muitas coisas já se modificaram dentro de mim. É lindo perceber essa mudança. Deus me transforma na sua maior doçura.

Eu quero essa mudança, eu quero ser melhor, eu quero ser de Deus, isso eu não abro mão mais. É um amor que transborda, que toca, que mexe, que modifica o que precisa ser modificado, mesmo sem perceber. Uma experiência única e transformadora. É um caminho sem volta, sem retorno, sem atalhos. É um horizonte, uma pista larga, um céu azul, um carro na sua velocidade constante buscando chegar ao seu destino, inteiro, completo, digno, com sua carroceria brilhante, com seus faróis iluminando o caminho, com segurança, depois de ter passado sua vida ultrapassando barreiras, caindo em buracos, desviando sua rota, parado em sinais vermelhos e ultrapassando os verdes na sua impetuosidade. Ligando suas setas nas direções erradas, pisando no freio de forma brusca, sem sentir o momento certo de desacelerar. Sim, eu quero continuar nessa pista com uma única certeza, que percorri os meus caminhos de forma honesta, sem passar por cima de ninguém, sem interesses, errando e aprendendo, me dirigindo a quem me criou, pedindo orientações divinas e poder passar pela estrada não só curtindo tudo o que vida tem a me oferecer, mas ajudando mais e mais pessoas a seguirem comigo nesse caminho do bem e de Deus. Me fortalecendo a cada obstáculo que vier entendendo que é preciso para meu crescimento pessoal e espiritual e que eu possa ser instrumento de paz e amor para quem cruzar o meu caminho nessa estrada tão linda chamada VIDA.

Autora:

Raquel Pádua

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