Pesquisa aponta que 41% dos entrevistados acreditam estar em um cenário melhor em comparação ao ano passado
De acordo com a rodada de junho da pesquisa RADAR FEBRABAN, realizada pela Febraban-Ipespe, com 2 mil pessoas nas cinco regiões do país, o brasileiro está otimista com o futuro da economia. A expectativa para o restante de 2023 aponta que 41% dos entrevistados acham que o cenário atual está melhor do que o ano passado, enquanto 53% acreditam em melhorias ainda este ano.
Em relação ao comportamento das regiões, o Nordeste registra o percentual mais expressivo de melhoria, com 48%. Na dimensão pessoal e familiar, a sensação de progresso aumentou de 41% para 43%, sentimento maior entre os jovens de 18 a 24 anos (56%). Saúde, emprego, renda e educação são as principais prioridades de crescimento das famílias do país.
O estudo revela que 39% dos entrevistados presumem que o desemprego diminuirá ainda este ano, 41% acredita que o acesso ao crédito aumentará e 37% que o poder de compra também deve crescer. De acordo com o especialista Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor de novos negócios da Multimarcas Consórcios: “O aumento das expectativas deve-se ao recuo da inflação, que garante o poder de compra do brasilero diante do cenário atual do país, além das reformas econômicas e perspectivas de crescimento do PIB”.
Quanto ao endividamento do brasileiro, mais da metade dos entrevistados (51%) declaram ter algum tipo de dívida. A parcela que acredita na diminuição do cenário em 2023 é majoritária em todas as regiões, em que 40% acreditam que estão menos endividados e 36% na mesma situação.
“O endividamento da população pode ser influenciado por diferentes fatores, como a disponibilidade de crédito, taxas de juros, condições econômicas e comportamento de consumo. Atualmente, os brasileiros recorrem ao crédito para atender as necessidades ou desejos imediatos, o que leva ao acúmulo de dívidas”, explica o especialista.
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, com o Programa Desenrola Brasil, a proporção de lares endividados desceu de 78,5% em junho para 78,1% em julho, primeira queda desde novembro de 2022. No grupo com renda familiar de três a cinco salários mínimos mensais, a fatia caiu 0,7 ponto porcentual, passando de 79,3% para 78,6%. Na faixa de cinco a dez salários mínimos mensais, a queda também foi de 0,7 ponto porcentual, recuando de 78,1% para 77,4%. Já entre os de menores rendas com até três salários mínimos, a parcela cresceu 0,2 ponto porcentual, 79,2% para 79,4%.
O especialista ressalta que além do Programa Desenrola, a educação financeira deve ser incentivada. A falta de consciência sobre os gastos ocasiona no endividamento de muitos jovens que não conseguem manter as finanças pela ausência de instrução apropriada.
“Esta compreensão beneficia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao redor. Anotar os gastos e destacar as prioridades auxilia no planejamento para que se tenha condições saudáveis de se manter financeiramente, sem gastos por impulso”, explica Lamounier.
Autora:
Daniele Ferreira