Campinas, SP. 16/6/2023 – Durante uma expedição anterior, cheguei a encontrar mais de 400 carrapatos em meu corpo, de 4 espécies diferentesApesar de antigo, um vídeo publicado ontem pela página da produtora Clube da Pesca.org, postado em colaboração com o biólogo e pescador Israel Cyborg, como é conhecido nas redes sociais, atingiu 2 milhões de visualizações até a edição desta matéria. O assunto vem ganhando destaque no cenário nacional devido ao recente surto de febre maculosa que ocorre em Campinas
Nas margens dos rios, onde a pesca é uma atividade frequente, pescadores enfrentam um desafio adicional além das águas turbulentas e da busca por peixes: o contato com carrapatos. Esses pequenos aracnídeos parasitas podem se tornar uma presença indesejada na vida dos pescadores, especialmente quando dividem o ambiente com um dos maiores roedores do mundo, a capivara.
Os rios são habitats ricos em biodiversidade, onde várias espécies de animais e plantas coexistem. Nas margens, é comum encontrar capivaras, mamíferos herbívoros que se adaptaram bem aos ambientes aquáticos. As capivaras, além de sua importância ecológica, podem atrair carrapatos, que encontram nelas um hospedeiro ideal para se alimentar e se reproduzir.
Os carrapatos, também conhecidos como parasitas externos, têm um ciclo de vida complexo. Eles passam por diferentes estágios (larva, ninfa e adulto) e requerem hospedeiros vertebrados para completar seu desenvolvimento. Quando os carrapatos se alimentam do sangue de um hospedeiro infectado, eles podem transmitir doenças, como a febre maculosa, a babesiose e a doença de Lyme.
Pescadores que passam longas horas às margens dos rios estão sujeitos ao contato direto com carrapatos, especialmente quando as capivaras também estão presentes na área. As capivaras são hospedeiros preferenciais desses parasitas, que podem se desprender dos roedores e se fixar nos pescadores em busca de um novo hospedeiro.
Thiago Henrique Fantini, diretor da série Fishing Factor, relatou ter ficado assustado com o número de carrapatos que contraiu durante a gravação de um dos episódios da produção brasileira sobre a pesca esportiva que estreou em janeiro na Amazon Prime internacional:
“Enquanto estávamos filmando às margens do rio, eu me vi cercado por esses pequenos parasitas. Apesar de termos tomado medidas de proteção, como o uso de repelentes e roupas adequadas, foi impressionante a quantidade de carrapatos que encontrei em meu corpo. Isso destacou a importância de estar constantemente vigilante e adotar medidas preventivas para evitar problemas de saúde”, afirmou Thiago.
Israel Moreno da Silva Ferreira, biólogo e também participante dos episódios da série, compartilhou uma experiência surpreendente que teve no passado, a qual deu origem ao vídeo viral publicado na sua página do Instagram em colaboração com a página da produtora:
“Durante uma expedição anterior, cheguei a encontrar mais de 400 carrapatos em meu corpo, de 4 espécies diferentes. E acabei postando esse vídeo dos carrapatos junto com a página da produtora Clube da Pesca.org e o vídeo viralizou”, disse Israel.
Esses relatos reforçam a importância de conscientizar os pescadores sobre os riscos dos carrapatos e a necessidade de adotar medidas preventivas durante suas atividades.
Embora seja difícil evitar completamente o contato com carrapatos nas áreas onde as capivaras estão presentes, alguns cuidados podem ser tomados pelos pescadores para minimizar os riscos à saúde:
- Utilização de roupas de manga longa, calças compridas e chapéus para cobrir o corpo;
- Uso de repelentes de insetos, especialmente aqueles eficazes contra carrapatos;
- Realização de verificações regulares do corpo para identificar e remover carrapatos aderidos;
- Evitar o contato direto com capivaras, mantendo uma distância segura e respeitando sua natureza selvagem;
- Consultar um profissional de saúde caso ocorra uma picada de carrapato ou se desenvolverem sintomas incomuns após o contato.
Website: http://www.clubedapesca.org