As folhas do outono têm caído lentamente, não queria começar essa crônica desse jeito, mas é o péssimo hábito de ser contista, afinal, trocar de um gênero para outro não é uma tarefa tão simples, porém, esse não é o foco de toda essa ladainha, os holofotes já têm seu alvo, a belíssima senhorita que resplandece no inverno, a nostalgia.
Tudo aconteceu em uma terça-feira a noite, o caos do final de semana tinha passado (trabalho o final de semana inteiro), uma pequena brecha na agenda, e novamente nós cinco reunidos naquele mesmo lugar, comemorando metas, o inicio da vida acadêmica, como se nada até ali tivesse existido, ou não passasse de um prelúdio.
Porém, depois de umas cervejas e outras, a gente percebe que deixamos muita coisa para trás, voltando um pouco mais no tempo, em setembro do ano passado, lembro-me da nossa comemoração pós mostra cientifica, cervejas, risadas, comemoramos e dançamos como se fosse a última coisa em nossas vidas.
Os meses se passaram, e às vezes percebo que o cotidiano nos engoliu… Às vezes me questiono quando lembro de alguém: “Por onde anda você?”. É caro leitor, além de pesquisador, eu venho descobrindo que sou um apaixonado pela vida, o grande problema é que ela é traiçoeira, uma bela noite batemos nossas canecas comemorando a vitória, e três meses depois estamos separados.
Apesar das diversas perdas, eu nunca esqueci de vocês, nunca esqueci da minha cumplice de viagens, daquela que me ajudou a refinar a escrita, ou até mesmo daqueles que me ajudaram quando caí no mar e encontrei correntezas. Apesar das minhas várias delongas, eu percebi que conversas de bar machucam.
Apesar dos pesares, carrego cada um de vocês comigo, e sei que nessa imensidão do mar que é a vida, nos reencontraremos, até porque a próxima ilha é logo ali, mas e você, se pudesse viajar para algum lugar, iria para onde?
Autor:
Daniel Maier, 2023
