Empresas são favorecidas com este cenário positivo anual e lucram, também, com o público 50+, responsável por 22% do PIB nacional
Nos últimos anos, segundo dados da Data 8, empresa de pesquisa focada nos consumidores 50+, o Brasil registrou mais de R$ 2 trilhões de faturamento com o público da economia prateada, que engloba pessoas acima dos 50 anos.
São mais de 54 milhões de brasileiros, muitos deles independentes financeiramente, ávidos consumidores em diversos nichos de mercado e que têm como um dos objetivos maximizar a habilidade cognitiva e saúde mental.
Segundo o presidente executivo da escola de negócios Fundação Dom Cabral, Antonio Batista da Silva Junior, estamos em um período positivo de negócios para este público.
“O envelhecimento da população foi identificado pela ONU como uma das quatro megatendências para o século e as projeções indicam que o Brasil será, em 2050, o sexto país com maior número de pessoas acima de 60 anos no mundo. Uma das maiores conquistas da humanidade, a chamada Revolução da Longevidade, traz esperança de tempos melhores e também apresenta transformações e desafios de diferentes tipos para a sociedade”, afirmou em carta aos leitores do estudo FDC Longevidade Negócios.
Negócios físicos e digitais devem explorar a longevidade
Engana-se quem pensa que os maduros, como também são chamados, só vivem batendo pernas. Conforme dados do estudo, 71% dos brasileiros 55+ se consideram digitais.
Até mesmo pela expectativa de vida no Brasil ter aumentado, a terceira idade não se considera um público ‘doente’ que vai de médico em médico, mas não deixam de lado o próprio cuidado.
E, por isso, um dos diferenciais em negócios potencialmente lucrativos com vista neste público, deve abarcar muito mais do que o cuidado físico, mas, também o cuidado emocional e mental.
“Hoje, graças aos adventos nas áreas da saúde e do bem-estar, eles têm tudo isso. Eles têm energia, têm desejos, disponibilidade de tempo e dinheiro e uma saudabilidade muito maior do que de muitos jovens. Essa é a grande janela de oportunidade para o mercado como um todo. Entender as demandas desse novo sênior e apresentar a ele produtos apropriados e a comunicação certa para dialogar”, Carlos Ferreirinha, presidente e fundador da MCF Consultoria.
Um dos custos que mais aumentam para este perfil é com a saúde. Para se ter ideia, os gastos com remédios aumentam em cerca de 68%.
Este é um dos principais gatilhos para que um negócio possa ser lucrativo. O 4º Relatório de Oportunidades de Negócio da Economia de Prata da Ásia-Pacífico (edição de 2020), identificou 10 oportunidades de negócios que surgem diante do envelhecimento demográfico.
Entre as tendências, destacam-se os negócios focados no envelhecimento saudável, aqueles que buscam promover uma mudança de mentalidade em direção ao autocontrole da saúde física e cognitiva.
A medicina integrativa tem papel essencial neste sentido, uma vez que busca não apenas o tratamento da doença, mas se preocupa com o paciente como um todo.
“Nós olhamos para o paciente de uma forma mais completa. Tratamos a doença dele, mas, também, buscamos entendê-lo de uma forma única para tratar, especialmente, as questões que podem fazer com que ele tenha o mesmo problema novamente, ou algo novo que seja nocivo para a sua saúde”, explica a sócia da QuantumLife, Drª. Letícia Fontes.
Especificamente, a QuantumLife, rede de franquia de medicina integrativa, faturou mais de R$ 3 milhões em 2022 e prevê incremente de 40% neste ano.
“Não atuamos apenas com o público da economia prateada, mas sabemos que eles requerem uma atenção especial. E digo, não somente no tratamento, mas no atendimento mesmo, como uma conversa mais amorosa e uma preocupação com o bem-estar emocional do paciente. E é isso que ajuda a construir todo nosso processo de crescimento. Para 2023, prevemos faturar R$ 5 milhões”, finaliza o outro sócio da QuantumLife, Stefanno Polidoro.
Autor:
Rafael Gmeiner
