Só quem é empreendedor sabe o que significa ter a coragem de tirar uma ideia do papel e se aventurar no mundo dos negócios. Os segmentos possíveis dentro do ecossistema de inovação são inúmeros, mas alguns sentimentos são comuns entre empreendedores, como angústia, solidão e incerteza.
É para ajudar essas pessoas que existem os programas de aceleração. Eles servem para apoiar o empreendedor no início da sua jornada, com conhecimento, networking, visibilidade, credibilidade no ecossistema e até aportes financeiros.
Mas, como isso funciona na prática? Para entender melhor a dinâmica da aceleração, conversamos com cinco participantes de ciclos anteriores do InovAtiva Brasil, maior programa de aceleração de startups da América Latina, que abrirá inscrições em fevereiro de 2023, para saber quais foram os pontos principais de sua experiência. Confira:
Conhecimento empreendedor
“Se eu não tivesse feito a pré-aceleração, eu teria desistido”, conta Yohanna Teresa, empreendedora de 26 anos que participou do projeto piloto do Powered By InovAtiva, em Campina Grande (PB) em 2022.
Formada arquiteta e urbanista em 2021, Yohanna fundou a Urbana do Brasil, startup que presta serviços online nas áreas de arquitetura e decoração de interiores. “No começo, procurei informações sobre startups em sites aleatórios na internet, mas não consegui encontrar um conhecimento coeso que realmente fosse suficiente para solucionar todas as minhas dúvidas. O programa mudou completamente minha perspectiva. Me apresentou de forma sistemática quais os passos que eu precisaria tomar na trajetória e me deu uma diretriz a seguir. A jornada empreendedora é muito solitária e a gente se sente perdido, principalmente no início”, compartilha a empreendedora.
Mentorias com profissionais experientes
“As mentorias de negócios nos fez mudar nossa mentalidade de vendas”, afirma Reginaldo Ribeiro, CEO da COGTIVE, acelerada em 2021 pelo InovAtiva Brasil. O profissional destaca Carlos Altafini, um dos mentores do hub. “Seu feedback sobre nossos esforços de vendas nos ajudou a identificar pontos fracos e oportunidades de melhoria. Ele compartilhou sua própria experiência e nos ofereceu dicas e truques para aproveitar ao máximo as oportunidades. Além disso, nos orientou a construir relacionamentos com potenciais clientes e como nos comunicar com eles de maneira eficaz. Ele também nos ajudou a desenvolver uma estratégia de vendas sólida, incluindo o uso de parcerias para ampliar nosso alcance. Assim, nos preparamos para o sucesso a longo prazo.”
Melhorar o entendimento sobre seu próprio negócio
“Criamos nosso negócio com o propósito de impacto socioambiental, mas nos primeiros anos percebemos que não estávamos conseguindo atingir nossas metas. Quando participamos do InovAtiva Brasil, atingimos o objetivo de desenvolver o melhor modelo de negócios para o mercado. Ao mesmo tempo, percebemos que ainda precisávamos nos inserir no ecossistema de impacto.” explica Evelyn Toledo, CEO da Santa Food, agfoodtech de impacto acelerada em 2020 no InovAtiva Brasil e, depois, em 2021 no InovAtiva de Impacto Socioambiental. “Entendemos que não existe inovação sem sustentabilidade. Quando ingressamos no meio certo, começamos a ter o reconhecimento que nossa solução merecia e os resultados que buscávamos. Tudo porque nossas atividades, ações e decisões começaram a ser mais assertivas”, explica.
Conexão com o ecossistema
Startups são negócios que não podem sobreviver isolados: por isso, a existência do termo “ecossistema”. Ou seja, para ser um startupeiro de sucesso, é preciso conhecer gente. E um programa de aceleração é fundamental para fazer essa conexão acontecer.
“Aparecer para um número grande de empreendedores, receber seu feedback e mentorias de profissionais experientes foi muito importante. Uma de nossas mentoras nos ajudou muito a ter conexões e aumentar nossa base de parceiros na plataforma. Durante a apresentação para os investidores, também pudemos ter um melhor entendimento sobre nossa maturidade, discurso e a percepção que passamos para o público”, afirma Renata Lino, CEO da Mommy Tech, startup focada na recolocação de mães e gestantes no mercado de trabalho, acelerada pelo InovAtiva de Impacto Socioambiental em 2022.
Contato com investidores
Um dos momentos mais esperados pelos empreendedores é o de receber aquele aporte financeiro que vai ajudá-lo a decolar no mercado e colocar seus planos em prática. No entanto, investidores são pessoas que recebem milhares de propostas todos os dias. Como entrar no seu radar e conseguir sua atenção?
Rafael Cabral, CEO e fundador da Orangiuz, alcançou isso e mais um pouco no ciclo 2022.2 do InovAtiva Brasil. “Quando entramos no programa, pensávamos que era para fases mais iniciais de startups, mas dependendo do seu estágio, as mentorias são adequadas para sua empresa. Estávamos procurando investidores mas ainda não sabíamos quanto pedir e qual porcentagem oferecer em troca. Foi aí que conhecemos o Tiago Bispo, nosso mentor. Ele nos mostrou que o equity que estávamos oferecendo era desproporcional ao nosso potencial.”
Destaque da banca Soluções Financeiras do ciclo 2022.2, a Orangiuz recebeu uma oferta de investimento da House of Startups, comunidade de mentores e investidores criada por Tiago Bispo e Lawton Benatti. “A proposta dele fez muito mais sentido para a nossa startup do que estávamos pensando antes. Seu investimento será acompanhado de mentoria contínua ao longo do nosso crescimento. Não precisávamos somente do aporte, mas também de alguém para nos dar um Norte. Estamos prestes a fechar o negócio, que segue para um segundo investimento mais expressivo no futuro”, finaliza o empreendedor.
Autora:
Carolina Monteiro
