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sábado, 1 de março de 2025

O Sentido da Fila

– O mundo é fútil, não vejo nas relações humanas senão um rio raso. Não acha, amigo?

– Fala isso com razão, companheiro, vejo que já se banhou em alguns rios.

– Sim, em muitos! O mundo é um manicômio!

– O mundo é só um palco, amigo. O que há?

– Li Bauman.

– É uma boa leitura.

– Como o senhor lida com isso, digo, com essas relações?

– Ah, eu olho com olhos de criança. Crianças se divertem brincando de super-herói, elas sabem que não são aquilo, mas se divertem.

– Você não se sente vazio depois?

– Não, não mais. Tem muita coisa por aí, companheiro.

– Você acha que vale a pena gastar empatia e energia mental para tentar, derrepente, uma amizade verdadeira, por exemplo?

– Essas coisas foram feitas para serem gastas, queira sim ou não. Penso que quando você alcança certa autonomia interna, essas coisas não te abalam tanto, digo, você acaba sendo sua amizade verdadeira, entende?. Não estou falando que você não tem isso, talvez tenha, mas nada serve para todo mundo, afinal.

– Entendo. Mesmo assim…

– As pessoas sempre passaram suas vidas acreditando e esperando o dia em que surgirá algo que possa nos trazer uma razão, um sentido melhor em relação à vida. Ora! Como diz uma sabedoria popular, a vida nos foi dada de graça, o que podemos cobrar? Hahaha. O sentido também é de graça…

– O fardo do ser-humano é a consciência…

– E ficamos nesse papo até chegar a nossa vez de pagar as compras. No final não concluímos nada.

Autor:

 Mauro Felipe

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