Vitório (2003) defende que são comuns em residências unifamiliares as manifestações patológicas de fissuras, trincas, fendas e rachaduras. As fissuras estão relacionadas à deformação das estruturas, mudanças de temperaturas, recalques das fundações e modificações do volume de água nos elementos estruturais. Outros fatores que podem causar fissuras são sobrecargas, reações químicas relativas à cura mal finalizada do concreto, a agressividade do ambiente, a retração, o inadequado detalhamento de projeto, o recalque nos apoios e aos acidentes e os erros de execução. Neste sentido, existe a necessidade de se classificar as fissuras. Para tanto, é preciso analisar suas dimensões e características agravantes (SOUZA e MURTA, 2012). Para Vitório (2003), a fissura é uma abertura em forma de linha que aparece nas superfícies de qualquer material sólido, representando uma ruptura sutil de parte de sua massa, com espessura de até 0,5mm. Inclusive, o autor destaca que a trinca é uma abertura em forma de linha que aparece na superfície dos materiais sólidos, provocada pela ruptura de parte de sua massa, com espessura de 0,5mm a 1,00mm. Para Krause (2018), a fenda é uma abertura significativa que aparece na superfície dos materiais sólidos, derivada de intensa ruptura de sua massa, com espessura superior a 1,5mm. O autor detalha que a rachadura é a abertura relevante que aparece na superfície do material, proveniente de excessiva ruptura de sua massa, podendo visualizar-se através dela e cuja espessura varia de 1,00mm até 1,5mm. Vitório (2003) destaca a diferenciação existente entre fissuras ativas e passivas devido a sua natureza. Para o autor, fissuras ativas são aquelas originadas de ações da gravidade que provocam deformações no concreto. É o caso das fissuras de princípio térmico e das de flexões provocadas por ações dinâmicas. Por outro lado, as fissuras passivas são as que chegam à sua máxima amplitude, solidificam-se devido à interrupção das causas que as geraram, como é o exemplo das fissuras de retração hidráulica ou das oriundas de recalque diferencial de fundação que esteja consolidado (VITÓRIO, 2003). Exemplos de fissuras ativas são às presentes nos revestimentos de argamassa que, mesmo que não afetem a estabilidade das estruturas, provocam desconforto aos usuários. As fissuras impactam a aparência, concedendo um aspecto de ambiente inseguro. Junto a isso, às fissuras podem propiciar infiltrações causando manchas nas paredes e nos tetos, acarretando novas manifestações patológicas (OLIVARI, 2003). Assim, as fissuras são comuns em paredes, vigas, lajes e pilares, principalmente naqueles elementos expostos aos agentes naturais. O efeito de fissura mostra-se como um dos principais fatores que levam a corrosão de armadura nos elementos estruturais.
Referências
VITÓRIO, A. Fundamentos da Patologia das estruturas nas perícias de engenharia. Instituto Pernambucano de Avaliações e Perícias da Engenharia Civil, 2003. Disponível em:< http://vitorioemelo.com.br/publicacoes/Fundamentos_Patologia_Estruturas_Pericias_Engenharia.pdf>. Acesso em outubro de 2019.
SOUZA, V. C. M; RIPPER. T. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto. São Paulo: Pini, 1998. Disponível em: < https://lucasmonteirosite.files.wordpress.com/2017/08/vicente-custc3b3dio-e-thomazripper-patologia-recuperacao-e-reforco-de-estruturas-de-concreto.pdf>. Acesso em março de 2020.
OLIVARI, G. Patologia em Edificações. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Civil). Universidade Anhembi Morumbi, 2003. Disponível em: . Acesso em outubro de 2019.
Autores:
Fernando Rafael Castaldelli Santana, Caio Maciel Periotto e Diego Rodrigues Bonifácio.
Escrito por José Rinaldo Domingos de Melo, Engenheiro Civil. Especialista em Engenharia de Avaliações e Perícias.
Esp. Engenheiro de Produção e Construção Georreferenciamento de Imóveis Rurais.
