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terça-feira, 10 de dezembro de 2024

O eleitor deve avaliar a conduta de Bolsonaro na pandemia

Eleitores, não se esqueçam da fase aguda da pandemia em que Jair Bolsonaro tripudiava, zombava da Covid-19, como sendo uma simples “gripezinha”, e recomendava, sem habilidade médica, cloroquina, ivermectina e outras irresponsabilidades.

A vida é a coisa mais preciosa do mundo, que Bolsonaro relativizou ao tratar a pandemia com descaso e dar preferência ao desempenho da economia, quando esta é perfeitamente recuperável.

“Hoje, em nosso País, o Presidente da República (que julga ser um monarca absolutista ou um contraditório ‘monarca presidencial’) tornou-se, com justa razão, o Sumo Sacerdote que desconhece tanto o valor e a primazia da vida quanto o seu dever ético de celebrá-la incondicionalmente!!! A sua arbitrária recusa em decretar o ‘lockdown’ nacional (como ocorreu em países de inegável avanço civilizatório) equivale a um repulsivo e horrendo ‘grito necrófilo'”, escreveu Celso de Mello, ex-ministro do STF.

Pois bem, não podemos deslembrar que o país se ressente fortemente das atitudes desumanas e debochadas do presidente em relação ao coronavírus. Pois muitas mortes poderiam ter sido evitadas não fosse a flagrante negligência presidencial na tomada de decisões. E isso tem que ser, sim, cobrado do senhor Jair Bolsonaro e avaliado pelo responsável eleitor de segundo turno.

Ambos os candidatos carregam características negativas. Lula é acusado de corrupção. Bolsonaro também: MEC, onde barra de ouro fazia parte de propina negociada por pastores; Covaxin, vacina indiana negociada por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciada pelo próprio fabricante; Bolsonaro, que afirmou ir combater a corrupção, trouxe o Centrão corrupto para dentro do governo; Bolsonaro interfere de forma inequívoca para que a suspeita de corrupção de seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), nas rachadinhas da Alerj, não fosse apurada; Bolsonaro até agora não justificou como a sua família adquiriu 51 imóveis, pagos parcial ou totalmente em dinheiro vivo.

Jair Bolsonaro jamais mudará o seu modus operandi de agir. Com a adesão do ex-governador Geraldo Alckmin, acredita-se que Lula não mais incorrerá nos equívocos políticos que o levaram à prisão.

Os servidores públicos federais, ativos e inativos, não podem esquecer a política perversa do governo federal, que há três anos não reajusta o salário da categoria. E, agora, para angariar votos, o governo vem acenar com possível reajuste.

Qual foi a competência do governo federal que não apresentou, em quatro anos, a ampla reforma tributária de que o país precisa?

Vejam, em 2019, Bolsonaro disse que queria isentar todos os trabalhadores que ganhavam menos de R$3 mil mensais. Ele não reajustou a tabela do IR em nenhum dos anos de seu mandato. Portanto, não se pode acreditar num candidato que não cumpre as suas promessas.

Autor:

Júlio César Cardoso. Servidor federal aposentado – Balneário Camboriú-SC

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