Grupo passa por 10 cidades do interior levando história, oficinas e concertos didáticos para alunos e professores
O Almanaque de Música Brasileira para Crianças, idealizado pelo Duonovo e Diversa Produções, leva conhecimento de música erudita para dentro das escolas municipais do Paraná entre os dias 24 de agosto e 18 de novembro. O projeto é um incentivo da Copel, por meio do PROFICE (Programa de Fomento e Incentivo à Cultura do Estado do Paraná).
Após ter passado por 20 escolas públicas do Ensino Fundamental de Curitiba, capacitar 100 professores, distribuir 3 mil livros e apresentar concertos para 5 mil crianças, o Almanaque de Música Brasileira para Crianças agora vai passar por dez cidades paranaenses de até 50 mil habitantes. Nas apresentações entre os dias 10 a 19 de agosto da segunda edição do projeto, só em Mandirituba e São Mateus do Sul, o grupo já atendeu 100 professores, quatro escolas, distribuiu mais de 260 livros e apresentaram-se para cerca de 800 crianças.
O projeto tem como objetivo fortalecer a identidade sonora brasileira e, por isso, na visão da diretora editorial e produtora executiva do programa, Priscila de Morais, faz sentido atuar dentro das escolas. “Nós queremos formar novos consumidores de música erudita e contar a história dos compositores brasileiros. Nas escolas, nós conseguimos fidelizar esse público”, conta a produtora.
Mas, segundo um dos idealizadores do projeto, Francisco de Luz, o Almanaque é muito completo porque oferece oficina de capacitação musical para professores, o almanaque com a história de compositores brasileiros para crianças e, por fim, um concerto musical para os alunos.
“Eu e o Audryn Souza [também idealizador] já fizemos muitos concertos didáticos nas escolas ao longo dos anos. Isso gera muitos momentos bacanas, mas percebemos que faltava embasamento para que os alunos sentissem melhor aquilo. Foi aí que veio o almanaque. O concerto ainda é o principal, mas há um livro que conta a história da música no Brasil e uma oficina que profissionaliza melhor os professores em relação à música”, conta Francisco, que é o violonista do Duonovo, junto do trompetista Audryn.
O Almanaque, inclusive, auxilia às escolas a cumprirem as determinações da Lei 13.278/16 (substituta da 11.769/08) que determina o ensino de música e outras linguagens artísticas nas escolas de Educação Básica. Por isso, a educadora musical Ana Marques, explica que as oficinas com os professores servem para que ela possa apresentar ferramentas musicais para que eles possam trabalhar com seus alunos.
“Muitas vezes nós associamos a música com algo muito técnico, isso é verdade, mas também temos que mostrar que a música é para todo mundo. Por isso, nós ensinamos aos professores como escutar de verdade e também apresentamos muitos jogos e brincadeiras que eles podem fazer com os alunos de uma forma leve, lúdica e acessível”, conclui Ana.
Segundo os organizadores, o projeto é, portanto, um despertar. “O Almanaque serve para as pessoas conhecerem mais sobre a música brasileira e, principalmente, como passar a ouvir música com mais cuidado, estimular uma escuta atenta desde criança”, afirma o idealizador.
O livro
O almanaque é um livro ilustrado que conta a história da música de concerto no Brasil através de 8 compositores desde o período colonial, quando a música de câmara chegou no país, até os dias de hoje. O livro é distribuído gratuitamente em todas as escolas que recebem as ações do projeto, acompanhado de um folheto de atividades para orientação dos professores.
No site do projeto qualquer pessoa pode baixar o livro em PDF e ter acesso aos links para ouvir gratuitamente o disco gravado pelo Duonovo, contendo músicas de Padre José Maurício, Carlos Gomes, Brasílio Itiberê, Chiquinha Gonzaga, Villa-Lobos, Camargo Guarnieri, Henrique de Curitiba e Egberto Gismonti.
Os concertos
Formado pelo violonista Francisco Luz e o trompetista Audryn Souza, o Duonovo realiza concertos interativos dentro das salas de aula de 1º a 5º ano do Ensino Fundamental, apresentando o repertório dos compositores retratados no livro.
“Por estarem em seu próprio ambiente, as crianças sentem-se confortáveis para se expressarem e conversarem com a gente. Sem necessidade de infraestrutura complexas, nós passamos um período de até 4 horas dentro das escolas, nos adaptando aos horários das turmas para fazer apresentações de até 20 minutos em cada sala”, completa Luz.
As oficinas
As oficinas possuem carga horária de 4 horas e tem como intuito instrumentalizar os professores a utilizarem o material impresso em suas aulas. São 40 vagas gratuitas com preferência aos professores das escolas onde se realizarão os concertos didáticos. Também haverá emissão de certificados para os participantes.
Confira o cronograma das ações
10/08 – Oficina “Uma escuta criativa” em Mandirituba
12/08 – Oficina “Uma escuta criativa” em São Mateus do Sul
18/08 – Concertos didáticos com Duonovo em São Mateus do Sul
19/08 – Concertos didáticos com Duonovo em Mandirituba
24/08 – Oficina “Uma escuta criativa” em Palmeira
26/08 – Oficina “Uma escuta criativa” em Prudentópolis
01/09 – Concertos didáticos com Duonovo em Prudentópolis
02/09 – Concertos didáticos com Duonovo em Palmeira
08/09 – Oficina “Uma escuta criativa” em Marialva
09/09 – Oficina “Uma escuta criativa” em Ubiratã
15/09 – Concertos didáticos com Duonovo em Ubiratã
16/09 – Concertos didáticos com Duonovo em Marialva
07/10 – Oficina “Uma escuta criativa” em Ibiporã e Cornélio Procópio
20/10 – Concertos didáticos com Duonovo em Cornélio Procópio
21/10 – Concertos didáticos com Duonovo em Ibiporã
Autora:
Livia Zeferino