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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Antologia ao Bicentenário de Fiódor Dostoiévski

Era 2021. Estávamos no ano em que se comemorava o bicentenário do nascimento do grande escritor e pensador russo Fiódor Dostoiévski. Tal circunstância nos motivou sobremaneira a registrar, por meio de uma obra marcante e original – como sói ser uma Antologia –, tão singular momento histórico. Ficamos muito felizes – há que confessar – em constatar a receptividade do grande número de talentosos escritores que aquiesceram à ideia de homenagear o autor por meio de um compilado de textos, que reflete o notável impacto artístico, político e social do literato russo. Trata-se de uma plêiade de artistas das Letras, comprometidos com a difusão da cultura universal, que aceitaram nos honrar com sua participação na presente realização, a qual não pretendeu ser mais que singela e sincera homenagem àquele que é considerado um dos maiores romancistas da literatura universal.

A Antologia ao Bicentenário de Fiódor Dostoiévski registrou o olhar de dezenas de apreciadores do célebre literato russo, que, produzindo obras de diversos gêneros literários, como romances, novelas e contos, revolucionou a literatura com suas ideias acerca da natureza humana. Reunindo poemas e prosas inspirados no repertório deixado pelo consagrado escritor, o livro trouxe desde passagens da biografia de Fiódor até relatos pessoais de alguns autores a respeito de seu contato com o homenageado, enfatizando tanto o impacto de Dostoiévski sobre a cultura universal quanto a influência que teve e continua tendo sobre seus leitores mais atuais. No trabalho editorial, buscamos intervir minimamente na produção intelectual dos autores que dela participaram, garantindo-lhes a originalidade. Buscou-se relembrar de Dostoiévski seu estilo marcante, suas personagens complexas e sua visão singular diante da existência, fatores que revolucionaram, além da literatura, diversas áreas do conhecimento, como a psicologia e a filosofia.

Dostoiévski foi umas das mais importantes vozes a se levantar, no contexto do final do século XIX, contra o inadequado endeusamento da razão e da ciência, tão em voga à época, demonstrando, por meio de seu talento ímpar, entre outras coisas, que o relativismo é um mal que conduz o ser humano inexoravelmente à perda de referências e, por conseguinte, a um vazio existencial de consequências imprevisíveis.

Corrobora a nosso acerto sobretudo uma passagem de seu conto ou novela O sonho de um homem ridículo, em que, no arremate do texto, o personagem- narrador afirma que o conhecimento da vida não está acima da vida e que o conhecimento das leis da felicidade não está acima da felicidade. Concordamos integralmente com Dostoiévski: o conhecimento humano não é superior à realidade criada; quando muito, ajuda a compreendê-la. Quão importante é a mensagem desse ilustre escritor na contemporaneidade, em que o excessivo apego à materialidade e o relativismo moral insistem em desorganizar e desestabilizar a sociedade!

Autor:

Rafael Mendes

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