As Lojas Virtuais Usam Estratégias Estimulando a Compra Por Impulso e os Consumidores ao Descontrole Financeiro. Aprenda a Lidar Com as Armadilhas do Mundo Digital
Palavras-Chave: Lojas Virtuais, Comércio Eletrônico, Marketing Digital
A Internet é um shopping sem porta de saída, pois além da comodidade as pessoas encontram ali tudo o que desejam, a toda hora. Não é à toa que o mercado de comércio eletrônico cresce tanto no Brasil.
Em 2013, 31 milhões de pessoas encomendaram algo pela web pelo menos uma vez, em 2017 foram 55 milhões e estima-se algo em torno de 100 milhões de pessoas em 2022.
No ambiente online o consumidor fica suscetível às compras por impulso, pela facilidade tecnológica – que estimula o consumo inconsciente – ou pelas façanhas do marketing digital, usado para enganar o nosso cérebro.
“O ser humano tende a se manter longe da realidade frustrante e que não traz satisfação imediata. O mundo virtual facilita a permanência na esfera da fantasia”, diz Vera Rita de Mello Ferreira – professora de psicologia da Bolsa de Valores.
As lojas virtuais têm usado mecanismos cada vez mais incrementados para atrair os consumidores e, essas armadilhas, podem causar um estrago enorme no orçamento de quem não tem controle financeiro. Robert Cialdini (Professor de Psicologia de Marketing da Universidade do estado do Arizona) elencou em seu livro – “As Armas da Persuasão” – algumas táticas que levam à persuasão por mexerem com o subconsciente.
Três (3) das ações mencionadas pelo autor são muito presentes nos e-commerces e buscam gerar a impulsividade:
- A “teoria da escassez”, quando a loja diz que o estoque de um determinado item está no fim.
- A “prova social”, que usa as avaliações feitas por outros usuários a fim de atrair os indecisos.
- O “fator autoridade”, quando uma determinada personalidade é atrelada à marca.
A primeira orientação dos educadores financeiros é criar uma rotina de consumo e, ao receber um e-mail com alguma oferta, por exemplo, o consumidor não deve clicar nele.
“Espere um momento em que não esteja com pressa, para que tenha tempo de pesquisar e refletir sobre a compra”, diz Maurício Galhardo – Diretor da Praxis Business.
E, para quem tem problema em aguardar a hora certa, o caminho é dificultar a vida das empresas não autorizando o envio de e-mails e ofertas. Ao preencher o cadastro numa loja virtual, leia com atenção as informações, pois certamente você vai se deparar com uma mensagem autorizando o recebimento de informações e promoções.
Na maioria das vezes a opção “sim” é automaticamente escolhida pelo sistema e, por isso mesmo, o consumidor deve ficar atento e não deixar de desmarcá-la. Veremos a seguir algumas dicas para quem quer evitar ser uma vítima do e-commerce:
- Compra em um clique: o consumidor consegue deixar seus cartões cadastrados nos sites e as próximas compras podem ser feitas apenas com um clique, aumentando o risco da compra por impulso. (Dicas:) o melhor caminho é dificultar o processo. Portanto, evite que o cartão de crédito fique registrado em sites e no celular.
- Na Ponta dos Dedos: Pesquisadores descobriram que as pessoas se portam racionalmente, quando realizam compras utilizando o computador em comparação com as que usam o celular. (Dicas:) embora seja mais cômodo comprar pelo smartphone, o ser humano é mais impulsivo nessa hora. Dessa forma, priorize o computador desktop.
- Anúncio Personalizado: A tecnologia permite que os anúncios sejam segmentados por perfil de cliente e isso aumenta a chance da compra. (Dicas:) o melhor caminho é desativar o recebimento de e-mail e propagandas.
- Anúncio “Perseguidor” e Pushs: Basta fazer a busca de algum item na internet para os sites bombardearem as pessoas com propagandas do produto (ou similares); ou enviarem mensagens para o celular. (Dicas:) os bloqueadores de plug-ins são um ótimo recurso, pois os consumidores serão pouco assediados pelas propagandas e estarão menos propensos a gastarem sem necessidade.
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