19.3 C
São Paulo
sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Poeta mensageiro

Recebi um post no Whatsapp, da minha amiga Chris Abreu, poeta dos dedos cheios de poesia, de um mensageiro poeta. Sim, mensageiro mesmo, funcionário do correio, que se encantou com a poesia e passou a ser carteiro-poeta. Ele passou a entregar as cartas com poemas: entregava a correspondência com uma folha no meio que continha um poema e o poema, quase sempre ou sempre era dele.

Tenho escrito muito sobre as tantas maneiras que tantas pessoas encontram para divulgar a poesia. E essa é uma maneira bem original. O carteiro-poeta Cleyton Mendes, com sua poesia misturada à correspondência, me lembrou o meu projeto Poesia Carimbada, que consistia em carimbos que imprimem poemas inteiros, que eu usava em minha correspondência enviada, no verso do envelope, quando a gente enviava cartas escritas pelo correio. As pessoas recebiam minhas cartas, sobre o assunto que fosse, com um poema carimbado no envelope.

Aí me vem o poeta-carteiro, entregando a sua poesia a domicílio. Tem coisa mais bonita? Receber notícias boas, outras nem tanto, contas, etc. e – pasmem – poesia. Um poema do carteiro-poeta, para alegrar o dia, como este: Sorria / pra afastar a melancolia. / Sorria / pois pra tristeza / é a melhor terapia. / Sorria, / sorria, / Só ria / Pois o seu riso / é pura poesia.

Como o próprio carteiro-poeta diz, “ele é portador da poesia-mensageira: carteiro leva mensagem para as pessoas; poesia leva uma mensagem para a alma, para os corações.” Ele diz também que “a poesia não está só nos livros, a poesia está no olhar de quem vê”. E não é verdade? A poesia pode estar em tudo, depende da nossa capacidade de vê-la.  Então ela está dentro do nosso olhar.

Obrigado, poeta-carteiro, por ser mensageiro da poesia. Escreva muitos poemas e seja o mensageiro que vai levar a poesia até o ouvinte, até o leitor. O mundo está muito duro, ele precisa de poesia para mudar para melhor. A poesia é necessária. Ainda mais nos tempos atuais, com a pandemia grassando e deixando a nossa vida e o nosso mundo mais complicados.

E para terminar, a mesma Chris dos dedos cheios de poesia me avisa que aquelas pessoas que ficam nas sinaleiras  pela cidade estão distribuindo o quê? Poesia. Manuscrita, escrita em pequenas folhas de caderno, oferecidas quando o sinal fecha e o sinal se abre para a poesia.

Obrigado a todos vocês, multiplicadores da poesia. Eu os saúdo, este é o meu tributo a vocês.

Autor:

Luiz Carlos Amorim – Escritor, editor e revisor – Cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras. Fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA, que completa 41 anos em 2021. Http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leia mais

Patrocínio