Albatroz

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Chuva de sangue sobre um mar de chorume

Corvos passeiam entre á névoa fúnebre;

Cerceando corpos infectados, incinerados em cemitérios clandestinos.

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Pouco antes, enquanto eram levados,

O líquido viscoso de suas decomposições escorria pelas ruas.

O odor repulsivo entorpece enfermos e saudáveis.

Eu disse! Eu disse! A justiça divina é ardilosa.

Morreram evangélicos, católicos, espíritas, judeus, islâmicos…

Monoteístas, politeístas, ateus.

Madrugada nebulosa

Enlutados agonizam em gargalos desertos.

A morte germina na atmosfera turva,

Mas não atormenta e não intimida a ganância dos mercenários.

Por favor, meu amor, não siga o idiota!

Sua inconsciência o matará.

Mau agouro: subversão.

Vulcões púrpuros eclodem em meio à neblina contagiosa e mortífera,

Enquanto a civilização se deteriora devastada por um implacável invasor híbrido

Autora:

Laila Zanov

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